Candidata a vereadora de Itaguaí entra na mira de operação da PF por fraude eleitoral
Elisa Giovanna é ex-chefe de Gabinete da Câmara e ex-secretária de Obras e Urbanismo do prefeito Rubem Vieira. Além dela, cinco responderão por organização criminosa, uso de documentos falsos e corrupção de menores, as penas totais podem chegar a 22 anos de prisão
Candidata a vereadora e presidente do Podemos em Itaguaí, na Baixada Fluminense, Elisa Giovanna foi alvo nesta quinta-feira (3) de uma operação da Polícia Federal.
De acordo com investigação do Ministério Público Eleitoral (MPE), a candidata e outros cinco investigados forneciam comprovantes de residência falsos a eleitores, prometendo vantagens econômicas em troca de votos.
Parte do grupo foi flagrado no cartório eleitoral de Itaguaí realizando o pagamento de multas eleitorais em nome de pessoas cooptadas. As investigações revelaram ainda um esquema amplo, que envolvia o aliciamento de eleitores em troca de favores e vantagens ilícitas.
Entre os crimes imputados aos acusados estão organização criminosa, falsificação de documentos para inscrição fraudulenta, oferta de benefícios ilegais em troca de votos e corrupção de menores, já que várias das vítimas eram adolescentes. Se condenados, as penas combinadas podem alcançar até 22 anos de reclusão, refletindo a gravidade das infrações cometidas.
Elisa Giovanna é ex-chefe de Gabinete da Câmara e ex-secretária de Obras e Urbanismo do prefeito Rubem Vieira.
Tudo pelo poder: Justiça eleitoral barra candidatura à reeleição do prefeito Dr. Rubão
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) indeferiu o registro de candidatura à reeleição do prefeito de Itaguaí, Rubem Vieira de Souza, o Dr. Rubão (Podemos). A juíza Bianca Paes Noto, da 105ª Zona Eleitoral, entendeu que, em caso de vitória, Dr. Rubão exerceria o terceiro mandato consecutivo, o que é proibido pela Constituição.
Em 2020, Dr. Rubão exercia o cargo de presidente da Câmara de Vereadores de Itaguaí. Em 10 de julho daquele ano, assumiu o cargo de prefeito depois do impeachment do então prefeito, Carlo Busatto Júnior, o Charlinho, e seu vice, Abeilard Goulart. Na eleição municipal daquele ano, Dr. Rubão foi reeleito prefeito de Itaguaí.
A defesa de Dr. Rubão alegou que, em julho de 2020, ele assumiu o cargo de prefeito interinamente em razão de cumprimento do dever constitucional de substituir o titular do Poder Executivo, e que por isso a vitória dele naquele ano não deveria ser considerada como reeleição.
A juíza, no entanto, discordou da tese, lembrando que o afastamento do então prefeito foi feito após procedimento instaurado na Câmara de Itaguaí, em procedimento presidido por Dr. Rubão.
“A aceitação da referida tese significaria verdadeira afronta ao anteriormente explanado princípio republicano de alternância de poder”, ressaltou.