Emusa de Niterói recontrata parentes de políticos exonerados
Pasta da Prefeitura de Niterói é investigada por cabide de emprego e
funcionários-fantasmas
Antigos funcionários da Empresa de Moradia, Urbanização e Saneamento de Niterói
(Emusa) estão sendo realocados em outros órgãos do município da Região
Metropolitana do Rio.
Na semana passada, a Justiça mandou exonerar parte dos comissionados. A
Prefeitura de Niterói chegou a cumprir a determinação, na última sexta-feira (26).
Mas, pouco depois, 20% dos demitidos foram reconduzidos à pasta.
Segundo o jornalismo da TV Globo, 184 pessoas demitidas já retornaram à Emusa.
A lista de atos que anulou as exonerações foi publicada no sábado (27) no Diário
Oficial. Entre os que voltaram estão nomes conhecidos da política ou ligados a
políticos da cidade.
É o caso de Anderson José Carvalho Rodrigues, filho do vereador suplente
Anderson José Rodrigues, conhecido como Anderson Pipico (PT). Com salário de
R$ 5.832,99, Anderson Leko é também vice-presidente da Acadêmicos do
Cubango.
Recomendações
Na semana passada, a comissão que analisou a Emusa divulgou um relatório com
recomendações.
“Recomenda-se que sejam adotados, de forma imediata, critérios objetivos para
alocação do pessoal de livre nomeação, para evitar possíveis questões de
nepotismo, havendo um controle prévio de todas as nomeações.”
O município demitiu 772 funcionários da Emusa depois do escândalo revelado pela
reportagem do RJ1, da TV Globo, que mostraram que a empresa pública se tornou
cabide de emprego para políticos e seus parentes e também tinha funcionários-
fantasmas.
O Ministério Público do Rio (MPRJ) instaurou 14 inquéritos civis, três processos
administrativos e três ações civis públicas. A Justiça tinha determinado que fossem
exonerados os comissionados que extrapolassem o quadro de 300 servidores da
companhia.