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Ex-vereador e ex-PM vão a júri por duplo homicídio em 2014

Miliciano e ex-vereador Cristiano Girão é denunciado por morte de rival;
crime foi cometido por Ronnie Lessa

Por decisão do juiz Alexandre Abrahão, da 3ª Vara Especializada em Organização
Criminosa do Tribunal de Justiça (TJRJ), o ex-vereador Cristiano Girão e o ex-
policial militar Ronnie Lessa irão a júri popular pelo duplo homicídio de um rival do
ex-vereador, em 2014.

O crime aconteceu na Gardênia Azul, na Zona Oeste do Rio, onde Girão é suspeito
de comandar uma milícia no local. Ronnie Lessa, que também é acusado pela
morte da vereadora Marielle Franco, em 2018, teria sido contratado para executar
um rival do ex-vereador.

Na ocasião, o ex-policial André Henrique da Silva Souza, o Zóio, e a companheira
dele, Juliana Sales Oliveira, sofreram uma emboscada na Gardênia Azul, em
Jacarepaguá. O casal estava num carro em movimento quando os disparos
aconteceram, vindos de outro carro.

“Há indícios de que os crimes teriam sido praticados em contexto de milícia privada
já que o acusado Cristiano seria suposto líder da milícia existente na região da
Gardênia Azul”, escreveu o juiz em sua sentença.

Disputa
Segundo a denúncia do Ministério Público, a razão para o atentado era a disputa
por milicianos pelo controle da Gardênia Azul.

Em sua decisão, o magistradotambém determinou a manutenção das prisões
preventivas dos acusados Lessa e Girão. Um dos argumentos para a medida foi
pela proteção das duas testemunhas que apontaram os envolvidos como líderes de
uma organização criminosa.

A força-tarefa do Caso Marielle do Ministério Público e a Delegacia de Homicídios
da Capital concluíram as investigações deste outro crime, que, para os
investigadores, demonstram o elo entre Ronnie Lessa, apontado como assassino
de Marielle, e Cristiano Girão.

Girão passou a ser suspeito de ter encomendado também a morte de Marielle
Franco. No celular de Ronnie Lessa, foi identificada uma busca no Google para
pesquisar informações divulgadas pela imprensa sobre a morte de Zóio.
A pesquisa foi feita em 2018, quatro anos depois do crime. O interesse num caso
antigo fez com que ele passasse a ser investigado pelo assassinato.

Dados coletados através de antenas de celular revelaram que Lessa estava na
Gardênia no dia da emboscada. Ele também foi visto por duas testemunhas.

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