Filho de médica da Marinha morta por bala perdida critica segurança pública no Rio
Gisele Mendes de Souza e Mello foi baleada na cabeça enquanto participava de uma cerimônia no auditório da Escola de Saúde da Marinha
Filho mais velho de Gisele Mendes de Souza e Mello, de 55 anos, capitã de mar e guerra que morreu após ser baleada na cabeça, Carlos Eduardo Mello esteve no Instituto Médico-Legal nesta quarta-feira (11) para reconhecer o corpo da mãe. No local, criticou a política de segurança do Estado e afirmou que mudanças são indispensáveis para que inocentes deixem de morrer.
“No Dia Internacional dos Direitos Humanos, aniversário de 22 anos do meu irmão, eu, que atuo como defensor de direitos humanos, acordo com a notícia da morte violenta da minha mãe, da forma que eu tanto luto contra. Espero muito que comecemos a repensar essa lógica de segurança pública que não faz o menor sentido. Lógica que cada vez mais mata inocentes. Ninguém se sente mais seguro na cidade do Rio de Janeiro: crianças estão morrendo, inocentes estão morrendo, militares estão morrendo, médicas estão morrendo. Alguma coisa está errada’, lamentou.
Gisele Mendes foi baleada na cabeça enquanto participava de uma cerimônia no auditório da Escola de Saúde da Marinha, que faz parte do terreno do Hospital Naval Marcílio Dias, no Lins de Vasconcelos, Zona Norte.
O hospital está localizado no Complexo de Favelas do Lins, onde uma operação policial ocorria no momento do disparo. Gisele foi socorrida e submetida a uma cirurgia, mas não resistiu e morreu ainda na terça-feira.
O tiro que matou a oficial entrou pela parte de trás da cabeça e se alojou no cérebro.
Operação em favelas
Em nota, a Polícia Militar informou que a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Lins realizava uma operação nas comunidades do conjunto de favelas. Os agentes foram atacados por criminosos no Morro Nossa Senhora da Guia, também conhecido como Gambá, que fica ao lado do hospital. Após o episódio, a corporação reforçou o policiamento no entorno do Marcílio Dias.