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Pais de alunos ‘malham’ prefeito de Queimados por retardar ano letivo

No governo de Glauco Kaizer, a falta de transparência e de planejamento mergulham o município no caos

Posts publicados nas redes sociais criticam a prefeitura por adiar retorno às aulas/Reprodução/Redes sociais

O retorno às aulas, previsto para dia 7 deste mês, foi adiado para a mesma data em março. Governo alega necessidade de cobertura vacinal de crianças

Um futuro de incertezas ecoa entre os mais de 14 mil alunos da rede municipal de Queimados, na Baixada Fluminense. Isso porque o início do ano letivo, que estava previsto para o começo deste mês, foi adiado para o dia 7 de março, quando praticamente todas as escolas, tanto da rede pública, quanto
da privada, já estão a todo o vapor.

A Secretaria Municipal de Educação (SEMED) divulgou uma nota, segundo a qual a decisão é justificada ‘pela necessidade de ampliação da cobertura vacinal de crianças de 5 a 11 anos, o que reforçará as medidas de segurança contra a covid-19, já implementadas nas unidades de ensino.’

Entretanto, a medida não agradou aos pais dos alunos, que criticam o governo de Glauco Kaizer (SDD) por falta de planejamento, compromisso e de respeito com a população. Eles também questionam o fato da prefeitura permitir que as escolas da rede particular de ensino permaneçam funcionando: “Então as crianças da rede privada estão vacinadas? Se vier dizer que sim, vou dizer que é mentira”, postou uma moradora nas redes sociais. A internauta também afirma que a “prefeitura deveria promover ações para
diminuir a desigualdade entre os munícipes”, e não o contrário.

Vergonha e decepção
Uma outra postagem diz ser uma vergonha o que está acontecendo com a rede pública de ensino de Queimados. “Ninguém está ligando para o tempo perdido por essas crianças.” E a mãe de um aluno desabafou: “Queimados tem academias abertas, casas de show a todo vapor, mercados cheios, escolas privadas abertas e escolas municipais fechadas. Triste”, enumerou e depois usou um emoji de choro
para transmitir o sentimento de tristeza e decepção com o governo.

Deputada Alana Passos chamou de ‘covarde’ o prefeito Glauco Kaizer: “100% covarde!”

“Vamos chupar essa manga por mais três anos”, diz deputada
A deputada estadual Alana Passos (PSL) também usou as rede sociais para tecer críticas ao governo municipal. Em sua página do Facebook, a parlamentar engrossou o tom contra o prefeito, que gastou uma fortuna na compra de tablets para serem distribuídos aos alunos da rede.

“O prefeito Glauco Kaizer gasta mais de R$ 7 milhões com tablets à toa. Além das escolas não terem internet de alta velocidade, ele suspendeu a volta às aulas. Isso porque se dizia professor. Covarde! 100% covarde!”

Alana Passos disse que denunciou o caso no Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e no Tribunal de Contas do Estado (TCE) com pedido para que seja apurado e investigado contrato de compra dos aparelhos eletrônicos, além de solicitar o cancelamento. “São mais de R$ 7 milhões que o prefeito quer investir e ninguém sabe a quantidade de tablets, a garantia, a procedência e nem mesmo o valor de
cada unidade.”

O valor para a compra dos tablets soma R$ 7,3 milhões. A publicação do contrato saiu no Diário Oficial do Município no dia 22 de dezembro de 2021. A aquisição foi feita através do pregão eletrônico realizado em outra cidade e Queimados aproveitou a ata de tomada de preços para fechar o contrato.

Fornecedora sob investigação
Empresa vencedora do pregão, a Conesul Comercial e Tecnologia Educacional Eireli é suspeita de envolvimento em um suposto esquema de corrupção e está sendo investigada pelo Ministério Público no Estado da Paraíba através da operação Calvário, desencadeada pela Polícia Federal, procuradores da República e auditores da Controladoria Geral da União (CGU).

Plano de retomada das aulas é um fiasco
De acordo com o site minhabaixada (https://www.minhabaixada.com.br), a SEMED oferece uma merenda sem valor nutricional aos alunos e não chegou a completar meia dúzia de kits alimentação distribuídos
na rede por conta da pandemia.

O site também afirmou que as escolas ficaram sem obras de reforma durante os últimos dois anos da pandemia; os alunos não puderam receber o material didático online porque não havia internet disponível e muitas escolas ainda encontram-se em péssimo estado de conservação. O tablet, neste caso, seria a solução viável. Mas, os aparelhos que serão distribuídos para os alunos do 6º ao 9º somente poderão ser usados na escola.

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