Um esquema usou uma usina de reciclagem de resíduos para lavar dinheiro do tráfico de drogas. As investigações apontam que traficantes do Complexo do Caju, na Zona Norte do Rio, usaram a cooperativa de recicladores ambientais Transformando para movimentar mais de R$ 50 milhões, entre 2018 e 2021.
Uma operação realizada por agentes da 17ª DP (São Cristóvão) na manhã de hoje (21), prendeu três pessoas. As investigações apontam que apenas na Transformando, os criminosos lavaram R$ 18 milhões. O restante dos valores passou pelas contas de Francisca Erica Abreu Carlos, presidente da cooperativa, Valdir Marques da Silva Filho, tesoureiro da empresa e um dos presos na operação, e Paulo Sérgio da Silva, que não tem vínculo com a cooperativa. Apenas a conta pessoal deste último movimentou, no período investigado, mais de R$ 4 milhões.
Os policiais encontraram na casa de Erica, uma das presas na ação, vários documentos suspeitos na sua residência. Ela terá que esclarecer a origem do material. Seu marido, Valdir, foi preso por porte ilegal de armas. Na sua casa, na Ilha do Governador, agentes encontraram um revólver calibre 38 e R$ 60 mil em espécie.
Investigadores descobriram que Valdir comprou o imóvel, há cerca de três meses, por R$ 800 mil, pagos em dinheiro. Ele vai responder porte de arma adulterada. Agentes também apreenderam dois carros (um Sportage e um Amarok) e uma motocicleta Suzuki B-King.
Já no Caju foi preso Victor Madalena de Lima, 18, um segurança do tráfico. Com ele os policiais encontraram uma carga de drogas. Dentro da cooperativa, foi detida e conduzida para a delegacia Gleice Kelly Pereira. Secretaria da cooperativa, ela era responsável pelos serviços bancários e movimentou milhões de reais.