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Câmara de Paracambi ‘fecha os olhos’ para falta de transparência do governo

Reprodução do contrato da Renacoop feito sem licitação pela prefeitura

 

Prefeitura contratou, sem licitação, cooperativa citada em investigação da Polícia
Federal

Parece que a relação entre os poderes Legislativo e Executivo de Paracambi, na
Baixada Fluminense, anda mais afinada do que nunca. E a suposta conivência
também. A prefeitura, que deveria zelar pela transparência, faz o oposto. Por R$
10,2 milhões, o governo de Lucimar Ferreira (PL), que tem sido duramente criticada
por sua atuação ‘insalubre’ na melhoria da qualidade de vida da população,
contratou, com dispensa de licitação, a Renascer Renascer Cooperativa de
Trabalho (Renacoop) para prestação de “serviços continuados em saúde em caráter
emergencial, nas diversas áreas da Secretaria Municipal de Saúde”.

O problema é que a empresa é citada em investigação de supostas irregularidades
verificadas na contratação de mão de obra terceirizada pela Prefeitura de Duque de
Caxias. Mesmo ciente das nuvens suspeitas que pairam sobre a contratada, a
Câmara de Vereadores não se posicionou para cumprir o papel de agente
fiscalizador das ações do governo.

E não para por aí
A gestão de Lucimar também deu outra pedalada nos cofres públicos ao contratar,
sem licitação, a empresa Scipion Soluções em Serviços Médicos, por R$ 14,2
milhões, para a mesma finalidade.

Outro fato suspeito é que os contratos, com validade de seis meses, não estão
disponíveis na íntegra no Portal da Transparência. Isso impede que o cidadão
interessado no controle social a ele garantido por lei, tenha conhecimento de quanto
a Prefeitura está pagando às contratadas por cada profissional alocado.

No radar de investigação
De acordo com o elizeupires.com, a Reacoop passou a ser investigada a partir de
denúncias apontando suposto direcionamento no processo de licitação em que ela
foi escolhida pela Prefeitura de Duque de Caxias. No âmbito das investigações a
Polícia Federal e a Controladoria Geral da União (CGU) realizaram, no dia 1º de
setembro de 2022, uma operação de busca e apreensão em vários endereços,
inclusive na casa do ex-prefeito Washington Reis (MDB), onde um fuzil foi
apreendido, e na residência do ex-secretário de Saúde José Carlos de Oliveira, local
no qual foram apreendidos R$ 700 mil.

Essa operação despertou a atenção para os volumosos contratos firmados pela
Prefeitura de Duque de Caxias com as cooperativas de trabalho. Só o da Renascer
foi renovado cinco vezes através de termos aditivos, o que ocorreu de 2017 a 2022. (com informações de Elizeu Pires) .

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