Portal dos Procurados divulga cartaz com suspeitos por tortura contra homem acusado injustamente

Suspeitos são procurados pela tortura de homem apontado como suposto suspeito de
desaparecimento dos meninos em Belford Roxo/Divulgação/Portal dos Procurados

Tuíte do tráfico do Castelar cita tortura a homem falsamente acusado do sumiço dos meninos de Belford Roxo/Reprodução

O portal dos Procurados divulgou um cartaz pedindo informações sobre sete homens que se tornaram réus
por torturarem um homem acusado injustamente pelo desaparecimento dos três meninos em Belford Roxo,
na Baixada Fluminense.

Todos os procurados são ligados ao tráfico do Castelar, onde moravam Lucas Matheus da Silva, de 8 anos, Alexandre da Silva, de 10, e Fernando Henrique Ribeiro Soares, de 11. Eles estão desaparecidos desde 27 de dezembro de 2020, há mais de seis meses.

Quem são os procurados:
Ruan Igor Andrade de Sales, o Melancia
Anderson Luís da Silva, Bambam
Marcelo Ribeiro Fidelis, Petróleo
Victor Hugo dos Santos Goulart, VT ou Vitinho
Wiler Castro da Silva, Stala
Welber Henry Jeronimo, Cebolinha
José Carlos dos Prazeres Silva, Piranha
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Entre os procurados, está Wiler Castro da Silva, gerente do tráfico de drogas e apontado como suspeito do
desaparecimento das crianças.

Na última semana, a Justiça do Rio aceitou a denúncia por tortura contra dez homens que acusaram injustamente um outro homem, em janeiro, pelo desaparecimento e suposta morte dos três meninos desaparecidos em Belford Roxo, na Baixada Fluminense.

Segundo a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), o homem é inocente e foi espancado e surrado a mando de traficantes de uma organização criminosa.

Um tio de Lucas e Alexandre também foi denunciado. Segundo a polícia, Bruno Paes da Silva teria atraído o
homem até o local onde ele foi agredido pelo grupo.

A mando de um dos líderes de uma facção, o homem foi levado até a porta da 54ª DP (Belford Roxo), próximo à DHBF, amarrado e com uma placa com a inscrição feita à mão:

“Suspeito do desaparecimento das 3 crianças pego por moradores do Castelar”.

Depois das agressões, ele e a família foram expulsos da comunidade.

De acordo com a polícia, ele foi agredido com socos, chutes, pauladas, pedradas, coronhadas, queimaduras e mordidas, por horas seguidas, além de ameaças de morte para confessar o crime.

No dia que ele foi levado à delegacia, houve protestos de moradores, que terminaram com um ônibus incendiado e pessoas presas. Segundo a polícia, o ato foi ordenado pelo tráfico local.

Um tuíte de um dos investigados, que é menor de idade, cita inclusive que um pedaço da orelha da vítima foi arrancada a dentadas, de acordo com as investigações. O menor também teria participado das agressões.
José Carlos dos Prazeres Silva, conhecido como Piranha, é investigado ainda como o mandante da tortura.