Mulher morta a tiros pelo ex avisou à polícia sobre as ameaças uma semana antes do crime

Morta

Vítima foi morta pelo ex-marido na frente do filho, de 8 anos

Uma semana antes de ser morta a tiros pelo ex-marido, Aline Oliveira Silva, de 41 anos, registrou duas ameaças de morte na 33ª DP (Realengo). A advogada da vítima, Michele Monsores, disse que recebeu mensagens em seu celular alertando que Marcius dos Reis Resener de Oliveira planejava matá-la nos próximos dias. Uma delas foi enviada pela namorada do assassino, Rafaella Azevedo Calheiros Regis, presa como cúmplice no crime, na última sexta-feira (5), em Bangu, Zona Oeste do Rio. Marcius também está preso e vai responder por feminicídio.

“Além da Rafaela, outra mulher avisou a Aline sobre essa ameaça de morte. Estávamos apavoradas. Achávamos que poderia ser mentira da Rafaella, mas fomos alertadas por outra mulher e familiares dela”, conta Michele. O filho da vítima, fruto do relacionamento com Marcius, também avisou a mãe. “Ele disse a ela várias vezes que o pai falou que ia dar um tiro na cabeça da mãe dele”, revelou a advogada.

As mensagens motivaram a defesa a insistir na prisão preventiva de Marcius, além de solicitar medidas protetivas. O assassino teve dois pedidos de prisão negados pela Justiça.

O celular de Aline desapareceu após o crime e ainda não foi encontrado. No entanto, Michele ressaltou que os arquivos já estão com a Polícia Civil desde o dia 28 de abril e o furto do celular não apagará as provas.

Briga pela guarda do filho na Justiça
Aline passou a ser ameaçada por Marcius assim que entrou na Justiça para conseguir a guarda do filho.

Em setembro do ano passado, o DIA entrevistou Aline para divulgar o caso. Na ocasião, ela pediu ajuda para encontrar o filho, que desapareceu após ir para casa de parentes, em Realengo, também na Zona Oeste.

Bastante consternada com o desfecho do caso, a advogada reiterou que “todos estão empenhados em levar até as últimas consequências” o ocorrido para que outras mulheres não sejam “vítimas de decisões do Poder Judiciário”.

“O Judiciário acreditou nele (Marcius) durante o processo. Por isso tivemos essa dificuldade em reverter a situação. Ele vinha com a narrativa de que a criança seria o próximo Henry Borel. Temos que trazer essa questão da demora do Judiciário em agir e da desconfiança na vítima. A juíza negou um dos pedidos porque não acreditou na narrativa ela”, disse Michele.

O corpo de Aline será enterrado hoje (8), no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste do Rio.