Após encontro com Lula, governador do Rio decide aguardar negociação

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Governador Cláudio Castro em reunião com o presidente Lula/Rogério Santana

 

Cláudio Castro não recorrerá ao STF neste momento, a pedido do presidente, mas não descarta judicializar o tema para se chegar a consenso

O governador Cláudio Castro anunciou, na última quarta-feira (20) que, neste momento, não recorrerá ao Supremo Tribunal Federal (STF) para discutir a dívida do Rio de Janeiro com a União, a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com quem se reuniu nesta manhã, em Brasília. Castro ressaltou que não descarta judicializar a questão, mas vai aguardar a apresentação de uma proposta de revisão da dívida dos estados pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no próximo dia 26 (terça-feira), para definir os próximos passos do governo fluminense. A reunião foi acompanhada por Haddad e também pelos ministros Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais).

“Vim aqui hoje conversar com o presidente sobre a questão da dívida do Rio de Janeiro e também sobre a necessidade de revisão do Regime de Recuperação Fiscal. E também vim comunicar ao presidente que o Rio ingressaria com uma ação para rediscutir a dívida. Nós debatemos sobre a intenção da ação, a que ela se propõe. No final, o presidente me pediu que esperasse para ingressar com a ação, pois no dia 26 o ministro Haddad tem uma conversa com os governadores. Ele tentará agregar aquilo que o Rio de Janeiro já pleiteia. Ficamos de esperar até o dia 26 para que a gente tente, em mais uma rodada de negociação, colocar aquilo que o Governo do Rio entende como justo – declarou Cláudio Castro.

Conversa para conciliação
O chefe do Poder Executivo estadual disse ainda que voltará a conversar se a ação judicial seria uma saída para solucionar esse impasse, “não pela ideia de briga, mas pela ideia de conciliação”. E lembrou que o próprio Regime de Recuperação Fiscal também foi tratado no Supremo.

“Talvez, por meio de acordo judicial, podemos chegar a consensos que, às vezes, na esfera administrativa não são possíveis. Então vamos avaliar bem, não na perspectiva de briga, mas na perspectiva de um acordo. Talvez, de elaborar tentativas de soluções, ainda que a solução seja na via judicial, como foi, por exemplo, o regime do Rio, como foi a questão de Minas Gerais, a questão de Goiás, a questão do Rio Grande do Sul. Todos, de uma forma ou de outra, acabaram passando pelo STF, que esbarravam em situações que juridicamente só uma decisão judicial pode resolver”, detalhou o governador.

Dívida do Rio é de R$ 188 bilhões

O Governo do Estado vem, ao lado de outros entes da Federação, levantando o debate sobre a mudança na forma de correção da dívida com o Governo Federal. Na semana passada, Cláudio Castro reuniu, no Rio de Janeiro, parlamentes da bancada fluminense no Congresso para tratar do tema. Além de obter amplo apoio, Castro enfatizou que a iniciativa vai possibilitar mais investimentos dos estados.

Atualmente, a dívida do Rio é de R$ 188 bilhões – sendo R$ 157 bilhões com a União e R$ 31 bilhões por empréstimos garantidos por ela. Desde as primeiras renegociações, na década de 1990, o valor da dívida com a União era de R$ 13 bilhões, e até hoje já foram pagos R$153 bilhões da dívida (trazidos a valor presente).