Aprovados no concurso da Polícia Civil o RJ questionam indefinição no número de vagas

Postagens nas redes sociais mostram a indignação dos aprovados no concurso da Polícia Civil/Reprodução

Comissão alega que corporação possui um déficit de 2.480 cargos, mas a quantidade de candidatos é maior que o de vagas oferecidas pelo governo do estado

Os aprovados do concurso para o cargo de investigador da Polícia Civil do Rio de Janeiro, realizado em fevereiro de 2022, enfrentam uma indefinição em relação ao número de vagas para cobrir o déficit na corporação.

No mesmo mês, o chefe de gabinete da Secretaria de Polícia Civil, Tarcísio Andreas Jansen, expediu um documento que aumenta o número de candidatos para o teste físico, considerando o déficit de pessoal, visando mais 1.000 vagas. O teste foi realizado em junho; em setembro, o psicotécnico, e em dezembro o exame médico. Mas o órgão não mencionou o aumento no número de vagas.

Segundo a Comissão dos Aprovados, em janeiro de 2023, foi anunciado pelo governador Cláudio Castro o aumento de vagas para os cargos de delegado e perito, enquanto para os demais cargos, não. Em fevereiro, o governo anunciou um novo teste físico para mais 2.500 aprovados e nada sobre o aumento de
vagas imediatas.

“No dia 4 de marco, realizamos um ato, no qual os candidatos doaram sangue e arrecadamos 1 tonelada de alimentos. Na mesma data, o secretario de Polícia Civil, Fernando Albuquerque, marcou uma reunião com os representantes das comissões de aprovados para falar sobre o concurso. Neste período de 1 ano, após a prova, conseguimos reuniões com diversos parlamentares que se uniram à nossa causa”, disse um representante da comissão, que prefere não se identificar.

Segundo teste físico
No dia 7 deste mês, a deputada Marta Rocha realizou uma reunião com a Secretaria de Polícia Civil, Casa Civil e outros parlamentares da Comissão de Segurança Publica da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Na ocasião, Tarcísio Andreas Jansen disse que há interesse no aproveitamento e esgotamento do concurso. Ao ser questionado sobre o aumento de vagas, comentou sobre a convocação do segundo teste físico, afirmou que foi autorizada a convocação mediante o aumento do número de vagas.

No dia 10 de março,  a tão esperada reunião aconteceu. Entretanto, Albuquerque disse que não há interesse em aumentar o número de vagas e que o segundo teste físico só ocorreu por força da
solicitação dos candidatos.

De acordo com o integrante da Comissão dos Aprovados, o governo investiu quase R$ 21 milhões (valor referente ao contrato firmado em conjunto com termos aditivos de convocação de aprovados) para realizar as próximas etapas do certame. Mas, segundo ele, esse gasto de dinheiro público não se justifica, já que não há intenção de aumentar o número de vagas.

Número exigido por lei é de ao menos 2 mil investigadores
Ainda segundo a comissão, hoje o déficit de pessoal na Polícia Civil do Estado do RJ é de 1.981 cargos vagos na classe inicial de investigador e 499 investigadores na ativa, sendo que é exigido por lei, ao menos 2.000 investigadores ativos no cargo.

São 1.734 candidatos aptos em todas as fases do concurso, restando apenas a Academia de Polícia Civil (última fase do concurso) e mais 1.500 para completarem as demais etapas (convocados para o 2º teste físico). O colegiado faz os seguintes questionamentos: qual a justificativa para realizar um outro teste físico, sendo que não há vagas nem para os que completaram as demais etapas? A academia tem capacidade para 1.038 alunos por turno, mas somente 561 irão realizá-la. Porquê? Cadê o aumento de vagas informado logo após a prova?