Arsenal da milícia de Tandera equivale a R$ 1,3 mi, diz Civil

Ao todo foram apreendidos 16 fuzis e três espingardas, além de carregadores, munição e um
radiotransmissor/Divulgação

O armamento foi apreendido no bairro Cabuçu, em Nova Iguaçu, apontado como ‘paiol de armas’ e ‘base  operacional’ do grupo paramilitar chefiado por Danilo Dias Lima, o Tandera/Reprodução 

A apreensão do arsenal de guerra pertencente à milícia milicia de Danilo Dias Lima, o Tandera, representam um prejuízo de R$ 1,3 milhão para a quadrilha. As armas (16 fuzis, três espingardas, carregadores, munição, além de um radiotransmissor) foram localizadas por agentes da Delegacia de Repressão a Ações Criminosas Organizadas (Draco-IE) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), na última quinta-feira (25), em um terreno no bairro Cabuçu, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

De acordo com a Polícia Civil, as especializadas foram checar informações produzidas através de investigações que indicavam a existência de um imóvel utilizado como “paiol de armas” e “base operacional” do grupo paramilitar.

A casa estava vazias, mas após intensas buscas o armamento foi localizado e encaminhado para a Cidade da Polícia. O bairro onde as armas foram encontradas é o mesmo em que o ‘caveirão da milícia’ foi apreendido na última terça-feira (23).
A polícia tenta identificar o proprietário e a origem do carro-forte, que era utilizado em áreas de risco, para chegar ao ponto de confronto de maneira rápida e segura, com rivais e traficantes.

Quatro mortos em confronto
“Não podemos esquecer que na operação de sábado que morreram criminosos conhecidos como Delsinho e Fofo também foram apreendidos três fuzis e duas pistolas, então tem que somar, porque é a mesma milícia. Foram operações sucessivas, morte das lideranças, apreensão do carro-forte e dos fuzis (…)”, explicou o delegado André Leiras.

As mortes ocorreram durante um confronto entre milicianos e a Polícia Civil em Nova Iguaçu, no último sábado (20). Na ação morreram o irmão de Tandera, Delson de Lima Neto, o Delsinho, e Renato Alves Santana, o Fofo, que ocupa a terceira posição no grupo paramilitar. Além dos suspeitos identificados como Tizil e Neguinho.

Matheus Costa da Silva, de 21 anos; Adriel Andrade Bastos, 24; Jhonatan Alef Gomes, 28; e  Douglas de Paula Pamplona, 22, foram sequestrados no dia 12 de agosto. Os corpos dos dois primeiros foi encontrado no Rio Capenga, em Nova Iguaçu/Reprodução

A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) investiga a participação da milícia do Tandera no sequestro de quatro homens ocorrido no dia 12 agosto, em Nova Iguaçu. Dois corpos encontrados no Rio Capenga, na altura do Km 32, já foram identificados como sendo o de Matheus Costa da Silva, de 21 anos, e Adriel Andrade Bastos, 24. Ainda continuam desaparecidos Douglas de Paula Pamplona, 22, e
Jhonatan Alef Gomes, 28.

Operação contra grupo rival
Na última quinta-feira (25), a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público (MPRJ) realizaram uma operação para cumprir 23 mandados de prisão e 16 de busca e apreensão contra milicianos da quadrilha chefiada por Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho, que atuam na Zona Oeste e na Baixada Fluminense, grupo rival da milícia comandada por Tandera. Na ação, oito criminosos foram presos.

Zinho, lidera a milícia conhecida como Liga da Justiça desde a morte do seu irmão, o traficante Wellington da Silva Braga, o Ecko, em junho de 2021. Ele domina a área de Santa Cruz, Campo Grande, Cosmos, Inhoaíba, Paciência e regiões da Baixada Fluminense. Enquanto Tandera domina as regiões de
Seropédica e Itaguaí, na Região Metropolitana e outros pontos da Baixada, como o bairro Km 32, em Nova Iguaçu.