Castro cobra do governo solução para Galeão no prazo de 15 dias

Galeão

O governador do Estado do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, pretende chegar a uma
solução para o aeroporto internacional do Galeão em duas semanas, o que seria
até meados de junho. Para ele, já passou bastante tempo para que se tenha uma
decisão final sobre a permanência ou não da Changi, controladora da
concessionária RIOgaleão.

A Changi pediu para devolver o Galeão à União em fevereiro de 2022. Um ano
depois, em conversas com o governo, manifestou a vontade de seguir à frente do
aeroporto caso as condições do contrato fossem revisadas. O governo já frisou que
as condições não serão alteradas.

Enquanto corre formalmente o processo de devolução, o governo federal avalia se
seria possível manter ou não a concessionária no comando do Galeão. “Se não for semana que vem, porque é mais curta, temos que ter na outra semana uma definição, pois passou muito tempo desde a última reunião (com o governo federal). E já tem bastante tempo para a Changi dar uma posição final. Chegou a hora de a gente agir e tomar uma decisão independente do que a Changi queira ou não fazer. Não podemos ficar refém deles. Se eles quiserem ir embora, vão. Se quiserem ajeitar, ajeitam”, disse Castro.

O nó, entretanto, está em como esse processo seria feito. O governo federal
consultou o Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a possibilidade de desfazer o
processo de devolução do aeroporto. Auditores do TCU apresentaram pareceres
contraditórios sobre o tema. A decisão final, contudo, ainda não saiu.

O governador do Rio disse que espera que o futuro do Galeão seja resolvido com ou sem a Changi:

— A gente quer que resolva. Se for Infraero ou Changi, não temos predileção alguma. Por óbvio, você ter um dos maiores operadores mundiais saindo daqui não é uma imagem boa para o Rio, mas, se for a solução, paciência. A gente não gosta de ver grandes operadoras saindo e isso também mostra a nossa incapacidade de fazer boas concessões. É ruim e triste para a imagem do Rio.

Quantidade de voos do Santos Dumont

Castro também cobrou mudanças sobre a proposta de reduzir a quantidade de voos do Santos Dumont, que fechou 2022 com movimento acima da capacidade. Para ele, não basta reduzir o volume de viagens feitas a partir do aeroporto central do Rio. Isso seria feito, defende o governador, transferindo voos do Santos Dumont para o Galeão.

“Mas não é só limitar o Santos Dumont. Tem que mudar os slots (autorizações para pousos e decolagens) para que a gente possa ter o Galeão mais forte. É realocar os slots de um aeroporto para o outro. Sem isso, eles saem daqui (do Rio) e perdemos”.

Para Castro, já que o Rio de Janeiro é estado multi-aeroportos é preciso olhar para essa lógica de operação aérea.

“Se não olharmos para essa lógica, vamos fazer paliativos e estaremos enxugando gelo, pois outros estados vão agregar os voos do Santos Dumont — afirmou Castro, lembrando que a proposta apresentada pelas autoridades do Rio ao governo federal é que o Santos Dumont tenha apenas voos para São Paulo e Brasília.”