Chefe da maior milícia do Rio, Pipito é morto em confronto com a polícia

Miliciano

Pipito, em foto recente, morreu em operação da Polícia Civil/Reprodução

Parede da casa onde estava Pipito, que teria trocado tiros com os policiais/Divulgação 

Criminoso e seguranças estavam em uma casa e reagiram à prisão; houve troca de tiros e os três foram baleados

Chegou ao fim na noite desta sexta-feira (7), a vida de crimes de um dos bandidos mais procurados do estado e chefe da maior milícia do Rio de Janeiro. O miliciano Rui Paulo Gonçalves Estevão, conhecido como Pipito, de 33 anos, foi baleado e morto durante troca de tiros com agentes da Polícia Civil.

A operação foi conduzida pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas
Organizadas (Draco) e pela Subsecretaria de Inteligência (Ssinte) da Polícia Civil, na
favela do Rodo, em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio.

O miliciano e seguranças estavam em uma casa e reagiram à prisão, segundo a
polícia. Houve troca de tiros e os três foram baleados. Nenhum policial ficou ferido.

Um vídeo divulgado pelo g1 mostra o momento em que uma pick-up da polícia
chega ao hospital com os três baleados. Os dois seguranças estão acordados e são
levados para serem atendidos. Pipito está desacordado e é colocado pelos policiais
numa maca, sem esboçar qualquer reação e com vários ferimentos, um deles pouco
abaixo do peito.

Retaliação
Em reação à morte do miliciano, três ônibus foram sequestrados e utilizados como
barricadas na Avenida Antares, em Santa Cruz, segundo informações da Rio
Ônibus. Um deles foi queimado.

“O recado está dado”, diz governador

Em nota, o governador Cláudio Castro classificou a ação da polícia que terminou com a morte de Pipito como “duro golpe” contra o crime e afirmou que os criminosos atacaram os agentes.

“Nossa Polícia Civil deu mais um duro golpe contra criminosos que atentam contra a paz da população (…) No momento da prisão, o criminoso atacou os agentes. Houve confronto e ele foi baleado. O recado está dado: vamos continuar combatendo o crime de maneira implacável, seja milícia, tráfico ou qualquer grupo mafioso”, disse Castro.

O secretário de Polícia Civil, delegado Marcus Amim, afirmou que a ação foi “mais uma demonstração de que quem manda no Rio de Janeiro é o Estado”.

Duro golpe na organização criminosa

A morte de Pipito representa um duro golpe contra a organização criminosa que ele
liderava. Considerado um dos líderes mais violentos e influentes, ele era temido e
respeitado dentro da comunidade e por outros criminosos. Sua queda pode
desencadear uma disputa interna pelo poder, além de represálias contra a
população e a polícia.

O delegado responsável pela operação, Rodrigo Oliveira, destacou a importância
dessa ação para enfraquecer o poder das milícias no Rio de Janeiro. “Pipito era um
dos principais alvos das nossas investigações. Sua morte é um passo significativo
na luta contra o crime organizado. Continuaremos trabalhando para desmantelar
essas organizações que aterrorizam a população e desafiam a autoridade do
Estado.”

A morte de Pipito pode marcar o início de uma nova fase na luta contra as milícias
no Rio de Janeiro. As autoridades estão determinadas a seguir adiante com ações
ainda mais incisivas, buscando não apenas prender, mas também eliminar a
influência dessas organizações sobre as comunidades.