Civil e MPRJ fecham cerco contra a milícia de Tandera no Rio e cidades da Baixada Fluminense

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Caio Poldoski (foto) é um dos presos na operação contra milícia que atua no RJ

Caio entre os comparsas Lennon Bento de Souza, o Lennon, e Johnny Alexandre de Souza Silva, o Jhon Jhon/Divulgação 

A Polícia Civil e o Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), do Ministério Público do Rio, desencadearam nesta terça-feira (18) a Operação Conexão 32 para prender integrantes da milícia de Danilo Dias Lima, o Tandera, que atua na Baixada Fluminense e em parte da capital. O bandido é um dos mais procurados do estado do RJ.

O objetivo era cumprir oito mandados de prisão e 14 de busca e apreensão contra o
grupo. Entre os alvos está Gilson Ingracio de Souza Júnior, o Juninho Varão. Cinco
pessoas foram presas. As investigações apontam que o bando tem envolvimento
com os ataques que deixaram quatro pessoas mortas, entre elas, um menino de 12
anos, em Nova Iguaçu, neste mês.

As investigações começaram em 2021, antes do racha da milícia comandada por
Wellington da Silva Braga, o Ecko, morto em junho do mesmo ano. De acordo com a
denúncia do MPRJ, oferecida em 11 de janeiro deste ano, Juninho Varão atua como
braço armado e financeiro da organização criminosa, participando diretamente da
compra de armas de fogo e munições.

“Conseguimos fazer um bom monitoramento de toda uma cadeia desse crime
organizado, dos grupos de monitoramento, de cobrança, de atuação de guerra, de
ocupação de espaço e grupos de homicídios, roubo e sequestros. Identificamos, ao
todo, 33 elementos participando dessa organização”, explica o delegado Márcio
Esteves da 72ª DP (São Gonçalo).

Vários crimes
Ainda de acordo com as investigações, os alvos são apontados como responsáveis
pelo tráfico de armas, dominação de território, extorsões, homicídios e monopólio no fornecimento de bens essenciais e serviços públicos.

Dos cinco presos, contra três deles havia mandados: Johnny Alexandre de Souza
Silva, o Jhon Jhon; Caio da Silva Faria, o Caio Poldoski; e Lennon Bento de Souza, o
Lennon. O trio integra a milícia de Tandera. Outros dois foram presos em flagrante
por monitorarem as viaturas durante a ação, sendo eles, Kaua Matheus Santana
Alves e Rodrigo Ferreira de Moura.

Lucro de mais de R$ 1 milhão por semana
Participaram da operação, policiais da 56ª DP (Comendador Soares), da 72ª DP (São Gonçalo), com apoio da Corregedoria da Polícia Militar. Os agentes estiveram em Campo Grande, Santa Cruz e Paciência, bairros da Zona Oeste do Rio; e em Duque de Caxias e Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

Nesta última, destaque para os bairros Conjunto da Marinha, Dom Bosco, Grão-Pará e Danon, região onde Tandera, numa reunião, revelou lucrar R$ 1,4 milhão em uma semana.

A cifra foi revela pelo miliciano numa reunião com políticos da Baixada em abril de
2020. O encontro era para fechar um acordo com pré-candidatos a prefeituras da
região. Ao se gabar do quanto fatura e do quanto é eficiente, o Tandera diz que
entrou na comunidade Danon devido ao “furo que o Estado deixa”.