Civil prende falsos agenciadores de modelos que cobravam por ensaios e davam o golpe

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Os presos foram identificados como Hugo de Larnes Nogueira, Jaqueline Ribeiro da Silva, Carlos Denis de Arruda Feldman e Ketlen Maia Rodrigues Ferreira Maciel. No escritório foram apreendidas mais de 100 fichas de mulheres que queriam ser modelo/Divulgação

 

Quadrilha oferecia serviço de agenciamento para a realização de campanhas publicitárias e cobravam valores entre R$ 1,2 mil e R$ 5 mil por sessões de fotos e fugiam com o dinheiro

Uma quadrilha suspeita de dar golpes em pessoas que tinham o sonho de serem modelos foi desmantelada pela Polícia Civil na última terça-feira (16). A grande maioria das vítimas eram mulheres com idades entre 40 e 80 anos de idade.

No momento da prisão, parte dos integrantes do bando estavam reunidos com algumas vítimas em um escritório no Leblon, na Zona Sul do Rio.

De acordo com a 14ª Delegacia de Polícia (Leblon), no escritório foram apreendidas mais de 100 fichas de mulheres que queriam ser modelo. Os presos foram identificados como Hugo de Larnes Nogueira, Jaqueline Ribeiro da Silva, Carlos Denis de Arruda Feldman e Ketlen Maia Rodrigues Ferreira Maciel.

Os agentes chegaram até o bando após clientes e um ex-funcionário descobrirem o golpe e denunciar à polícia. Na primeira vez quando chegaram ao espaço da empresa Pixel Produções, os agentes foram recebidos por Danilo Feldman que, segundo a delegada Daniela Terra, titular da 14ª DP, se apresentou como dono da produtora.

Já na delegacia, os agentes descobriram que Danilo Feldman tinha 16 anotações criminais em São Paulo e outras seis no Rio por estelionato. Danilo não estava na produtora quando a Civil retornou.

Usava nome de empresa
A Polícia Civil afirma que o bando usava a empresa Elite Model, nome conhecido no mundo da moda, para cobrar das vítimas o dinheiro para os books que poderiam levá-las a participar de campanhas publicitárias.

Os suspeitos, após receberem a quantia pedida, encerravam o contato com as mulheres. Há algum tempo eles fecharam a Elite Model e abriram a Pixel Produções.

Durante a prisão da quadrilha, três mulheres que já tinham entregue R$ 1,2 mil pelo contrato e outras quatro que esperavam o momento de fazer o pagamento das sessões. Para enganar as vítimas, os suspeitos diziam ter como clientes marcas famosas.

Em dezembro de 2021, uma mulher procurou a 16ª DP (Barra da Tijuca) para denunciar Danilo Feldman. Ela disse à polícia ter pago R$ 5 mil para assinar um contrato de prestação de serviços com a Elite Model, que na época funcionava numa sala na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio.

A mulher contou que notou ter sido vítima de um golpe quando a agência fechou e mesmo assim continuou a cobrar as parcelas dos contratados.

No mesmo mês outra vítima procurou a 32ª DP (Taquara) e contou que foi contatada por WhatsApp por uma mulher que se identificou como produtora de elenco da Elite Model, que a teria selecionado por meio de uma rede social.

A vítima relatou ainda que foi ao escritório na Barra da Tijuca, fez uma entrevista e imediatamente recebeu a proposta de assinar um contrato por 12 meses pagando R$ 2 mil, divididos em 10 vezes. Ela chegou a fazer uma sessão de fotos, mas não recebeu o material e, ao pedir o cancelamento do serviço e a devolução do que
havia sido pago, não obteve resposta.

‘Soluções completas’, diz empresa nas redes sociais
Nas redes sociais, a Pixel Produções afirmava ter uma “equipe especializada” para produção de fotos e conteúdos de modelos e influenciadoras agenciadas por eles. Eles também ofereciam serviço de maquiagem.

Os criminosos também vendiam a empresa como uma “produtora de conteúdo para marcas e gerenciamento de carreira para atores, modelos e influenciadores digitais”. E prometiam “soluções completas de produção de conteúdo e fotos de grande volume para pequenas, médias e grandes empresas”. Ofereciam, ainda, “espaços e estúdios instagramáveis” no Itaim Bibi, em São Paulo.