Cláudio Castro faz ‘gambiarra’ para mudar lei e nomear aliado para chefiar Polícia Civil do RJ

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Castro foi criticado pela corporação após usar de manobra para nomear Marcus Amin (foto), diretor do Detran-RJ/Reprodução

A nota de repúdio divulgada pela

Polícia Civil/Reprodução 

Uma manobra usada pelo governador Cláudio Castro para nomear um aliado político na chefia da Polícia Civil gerou uma crise na corporação, que reagiu com indignação e divulgou uma nota de repúdio (leia na íntegra nesta reportagem) contra a medida do chefe do Executivo. O documento é assinado pelos sindicatos Delegados do RJ (SINDELPOL-RJ) e dos Policiais Civis Estado do Rio de Janeiro (SINDPOL-RJ) e Associação dos Delegados de Polícia do RJ (ADEPOL).

Mesmo tendo recebido 20 emendas, o projeto de lei complementar que altera a Lei Orgânica da Polícia Civil foi aprovado em discussão única, nesta quarta-feira (18), pela Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), durante sessão extraordinária convocada pelo presidente da Casa, Rodrigo Bacellar, para que o texto fosse votado.

De acordo com reportagem do site Metrópoles, para emplacar o presidente do Detran-RJ no cargo, Castro usou uma ‘gambiarra’ que altera a Lei Orgânica da corporação, que inviabiliza delegados na chefia da corporação com menos de 15 anos de experiência. O objetivo do governador é reduzir esse prazo para nove anos.
Marcus Amin foi indicado pelo presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Rodrigo Bacellar, e pelo deputado Márcio Canela.

Torres diz que polícia está rachada

O recém nomeado secretário de Polícia Civil, delegado José Renato Torres, pediu ontem (18) exoneração do cargo. A decisão foi tomada um dia após o governo enviar à Alerj o projeto complementar que muda a lei orgânica da instituição.

Pessoas próximas ao ex-secretário afirmaram que Torres não foi comunicado sobre a chance de perder o cargo e soube das mudanças na secretaria por notícias da imprensa.

Torres reuniu a equipe e se despediu. Em seu discurso, disse que a polícia está rachada. Nomeado há menos de um mês, ele também brincou dizendo que não vai entrar no Guinness World Records (livro de recordes) porque descobriu que um secretário teve a gestão ainda mais curta e ficou apenas um dia no cargo.