Concurso da PMERJ pode ser anulado após denúncias

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Candidata faz uso de celular durante a aplicação da prova/Reprodução 

Após uma série de graves denúncias, que inclui fraudes e desorganização, o
governo do estado não descarta anular o concurso para o Curso de Formação de
Soldados (CFSd) da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) realizado
no último domingo (27).

Vários candidatos denunciaram irregularidades nos locais onde as provas foram
aplicadas. A PM realizou a operação “Aqui Não” durante a realização dos exames e
20 pessoas foram presas, entre elas um ex-PM que tentava voltar à corporação.
Em Niterói também houve relatos indignados de quem participou do certame. Os
exames foram aplicados em mais de 120 locais nas cidades da Região Metropolitana
do Rio. Foram 119.541 inscritos (sendo 88.420 homens e 31.121 mulheres) para
disputarem uma das duas mil vagas para o CFSd da PM.

Entretanto, não demorou para que os primeiros relatos de fraudes e irregularidades
começassem a dominar as redes sociais. Diversas pessoas que participaram do
concurso denunciaram problemas como a ausência de fiscalização em alguns locais
de prova (houve candidatos que usaram celular enquanto a prova era aplicada);
falta de saquinhos para lacrar os celulares e detector de metais.

A maioria dos candidatos que se sentiu lesada reclamou das mesmas coisas: falta
de organização e o fato de o edital não ter sido respeitado. Uma das candidatas,
que preferiu não se identificar, fez a prova em uma universidade no Centro de Niterói e está indignada com tamanha falta de organização.

Segundo ela, a banca fez cinco tipos de provas, mas os fiscais não estavam
preparados para aplica-las. “Distribuíram de forma que os alunos que estavam
próximos ficaram com as mesmas provas. Na minha sala não tinha aquelas
embalagens de lacre para guardar os objetos pessoais, como telefone e relógios”,
disse indignada.

Anulação não está descartada
Após a enxurrada de denúncias, o Governo do Estado se manifestou sobre o
assunto. Em nota publicada na rede social, o governador Cláudio Castro garantiu
que se forem comprovadas as fraudes, uma atitude enérgica será tomada. Castro
não descarta, inclusive, anular o concurso.

“O concurso da Polícia Militar, realizado no último domingo (27), teve recorde de
procura. Todas as denúncias recebidas estão sendo investigadas pela polícia e, se
caso forem comprovadas fraudes, tomaremos uma atitude enérgica e se for preciso
realizaremos uma nova prova no local onde for detectada alguma irregularidade”,
disse o governador.

A Polícia Militar também se posicionou. Segundo a corporação, a responsabilidade
pela realização do concurso é do Instituto Brasileiro de Apoio e Desenvolvimento
Executivo (IBADE) e que também está apurando as denúncias.