Cuidado! Todos eles são médico fake!

Falso-1

Juliana de Oliveira se passa por médica em Japeri/Reprodução

Bianca Castelo Lopes foi presa em Caxias/Reprodução

Ricardo Ursine atendia em PS de Belford Roxo/Reprodução

Suposto médico usava carimbo de médica/Reprodução

O boliviano Roberto Salazar foi preso na Baixada/Reprodução

Iver Luis Corcuy Peredo atuava no PAM de Meriti/Reprodução

Os casos de pessoas atuando como médicos sem estarem aptos para a função
expõem a fragilidade dos órgãos públicos de serem mais rigorosos na seleção de
profissionais responsáveis por cuidar da saúde da população

Os casos de pessoas atuando como médicos sem estarem aptos para a função
chegam a ser estarrecedor, assim como o de criminosos presos por exercer
ilegalmente a profissão no Rio de Janeiro expõe a fragilidade dos órgãos públicos
de serem mais rigorosos na seleção de profissionais que serão responsáveis por
cuidar da saúde da população. O Hora H relembra seis desses casos e lança luz
sobre estar alerta constante para o perigo que ronda os consultórios médicos.

Em outubro deste ano, Juliana Aguiar de Oliveira dos Santos, de 26 anos, foi presa
em flagrante no Hospital Municipal de Japeri, na Baixada Fluminense, ao se passar
por médica de nome e aparência semelhante aos dela. Branca, cabelo castanho e
liso, pintas pelo rosto e estatura mediana. Essas características são próximas as da
verdadeira médica, de quem a falsa profissional usava o carimbo durante os
atendimentos.

A jovem foi autuada por exercício ilegal da profissão e falsidade ideológica. Caso
condenada, as penas somadas ultrapassam 6 anos de prisão.

Estudante de medicina na cadeia

Em abril de 2021, a Polícia Civil prendeu em flagrante uma falsa médica que
trabalhava em um posto de saúde em Imbariê, Duque de Caxias, também na
Baixada. Bianca Castelo Lopes, de 45 anos, é farmacêutica e então estudante de
medicina.

A Polícia Civil informo que ela atendia 130 pessoas por plantão. Ainda segundo a
corporação, já havia a informação de que a estudante se valia do carimbo de uma
médica. Além disso, foram encontrados diversos documentos, como boletins de
atendimento médico e folha de ponto com o carimbo dessa médica e assinado pela
acusada. A Prefeitura de Duque de Caxias abriu uma sindicância para apurar o caso
e punir os responsáveis.

Crime postado nas redes

Em maio de 2018, outro caso de exercício legal da profissão levou Ricardo de
Oliveira Ursine Silva, de 34 anos, para a cadeia. Ele atendia há pelo menos dois
meses em um posto de saúde de Belford Roxo.

De acordo com informações, Ricardo não fazia nenhuma questão de esconder suas
ações. Pelo contrário: ele mesmo as publicava na internet. Com o acusado, a polícia
apreendeu dois carimbos com o nome e registro de um outro médico.

A coordenadora do posto de saúde prestou depoimento e confirmou que Ricardo
trabalhava como médico uma vez por semana e que ninguém desconfiava que ele
não tinha o registro profissional.

Em nota, a Prefeitura de Belford Roxo informou que o falso médico tinha um cargo
comissionado na Secretaria de Saúde e que a função dele era fiscalizar as
unidades para verificar se estavam em funcionamento.

Paciente denuncia falso médico

Outro estudante de medicina foi denunciado por uma paciente por atender como
médico formado no Hospital Municipal de Belford Roxo. A paciente percebeu que o
suposto médico utilizava o carimbo de uma médica e estranhou o fato. Quando
confrontado pela mulher, o estudante disse que era supervisionado pela médica e
por isso utilizava o carimbo dela.

Ao chegar na recepção do hospital para pegar remédios, a paciente foi questionada
pela atendente o nome do médico. Ao olhar o carimbo e assinatura na receita, a
mulher percebeu que o nome era de uma mulher. Quando confrontado, o estudante
disse que era supervisionado pela médica e por isso utilizava o carimbo dela. O
caso foi registrado na 54ª DP (Belford Roxo).

Boliviano flagrado em Nova Iguaçu

O boliviano Roberto Carlos Rivero Salazar foi preso também em 2018 por uma
equipe da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) e da Delegacia
do Consumidor (Decon). Ele atuava como falso médico na clínica Climoni, em Nova
Iguaçu, na Baixada Fluminense.

Falso médico condenado pela Justiça

Outro boliviano foi preso em flagrante por agentes da 57ª DP (Nilópolis). Iver Luis
Corcuy Peredo, de 48 anos, atuava como médico no PAM de São João de Meriti, na
Baixada Fluminense, solicitando exames e fazendo prescrições como médico
ortopedista com o carimbo do profissional Douglas Jeferson de Freitas, que atende
na unidade. Ele foi indiciado por exercício ilegal da medicina e por falsificação de
documento público.

Iver se apresentava como estudante de medicina e já havia sido preso em 2015 pelo mesmo crime. Na época, ele foi indiciado pela delegacia de Brás de Pina (38ª
DP) por trabalhar como médico em uma clínica particular em Mesquita, na Baixada
Fluminense, usando o CRM e o carimbo do irmão dele, Andy Corcuy Peredo. Ele foi
condenado pela Justiça, em 2017, por exercício ilegal da medicina, falsidade
ideológica e pela lei de drogas por prescrever medicamentos de uso controlado. A
pena foi o pagamento de cestas básicas e a prestação de serviço comunitário, que
ele estava cumprindo até o ano passado.

Cremerj faz alerta
O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (CREMERJ) faz um
alerta ao paciente para verificar se quem o está atendendo é mesmo um médico. A
entidade informa que é preciso desconfiar de condutas estranhas, cobrança de
valores muito baixos e locais insalubres O paciente pode acessar o site
https://www.cremerj.org.br e buscar mais informações.