Denúncia aponta secretária estadual de Assistência Social do Rio de Janeiro em suposto favorecimento eleitoral

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Vereador Claudio Haja Luz em Nova Iguaçu com uma equipe do Cras em Nova Iguaçu/Reprodução

Oportunismo parece ser a palavra mais adequada para qualificar as atitudes de
certos políticos que aproveitam a tragédia provocada pelas fortes chuvas que
atingem o estado do RJ para autopromoção. E, em ano eleitoral, aproveitar essa
brecha para ganhar a confiança do eleitor em meio ao mar de lama da miséria, é,
no mínimo, um comportamento desprezível.

Uma denúncia recebida pelo Hora H envolve uma aliada do deputado federal
Marcelo Crivella (Republicanos). Também ex-prefeito do Rio de Janeiro, o político é
réu em denúncia da Justiça Eleitoral que investiga uma organização criminosa
denominada pelo Ministério Público de “QG da Propina”, que se instalou na
prefeitura para prática de corrupção e lavagem de dinheiro.

Segundo a denúncia, a deputada federal licenciada, do Republicanos, e secretária
estadual de Assistência Social do Rio de Janeiro, Rosangela Gomes, e sua equipe
mantiveram um encontro com o vereador Claudio Haja Luz, do mesmo partido de
Crivella, no último dia 18, em Nova Iguaçu.

Reunião em Nova Iguaçu

Durante a reunião, os dois teriam alinhado o compromisso de ajudar famílias que
sofreram prejuízos com a chuvas das últimas semanas. Até aí, nada de ilícito foi
identificado. Até porque é atribuição da pasta comandada pela secretária cadastrar
e dar suporte às famílias para o recebimento de benefícios traçados pelo gabinete
de crise, seja das esferas estadual ou municipal.

Ajuda eleitoreira para amenizar sofrimento

A denúncia relata que, por determinação de Rosangela Gomes, o vereador
iguaçuano teria reunido equipes do Cras (Centro de Referência da Assistência
Social), do município, e visitado famílias de seu reduto eleitoral para o
cadastramento e posterior recebimento de cestas básicas e do Cartão Recomeçar.
Nas redes sociais, Haja Luz chegou a postar fotos em que aparece ao lado de
funcionários do Cras.

Caso configure o uso da máquina pública (disponibilizar equipes do órgão
municipal) na iniciativa promovida pelos dois políticos com suposto fim eleitoreiro,
ambos poderão responder por um improbidade administrativa no Ministério Público do RJ (MPRJ).