Deputada participa do 1º Encontro de Mulheres com Endometriose
Evento foi coordenado por vereadora e contou como palestrantes médica a fisioterapeuta.
A deputada federal Daniela do Waguinho (MDB) participou na última sexta-feira, na Câmara Municipal de Belford Roxo, do 1º Encontro de Mulheres com Endometriose de Belford Roxo. O evento foi coordenado pela vereadora Thatiana Ervite e contou também com palestrantes como a médica Fernanda Monnerat e a fisioterapeuta pélvica Cátia Ferreira. No município, de acordo com dados preliminares, há cinco mil mulheres com endometriose. No mundo, o número sobe para 180 milhões.
Autora da lei que institui 13 de março como o Dia Nacional de Luta Contra a Endometriose, Daniela do Waguinho destacou que, através de emendas parlamentares, já conseguiu recursos para a construção do Complexo da Saúde, no bairro Lote XV, que terá hospital infantil, UPA e hospital da mulher.
A deputada enfatizou que o hospital da mulher terá 120 leitos e maternidade. “Fiz questão de pedir para incluir no projeto uma ala só para tratamento de endometriose. As mulheres de Belford Roxo terão este local como referência. Pedi para que o complexo seja inaugurado, no máximo, até dezembro deste ano. Fico feliz em poder ajudar na Saúde de Belford Roxo. A lei está no Senado, mas creio que será sancionada ainda este ano”, concluiu Daniela, destacando o apoio de nove deputados da bancada do Rio na Câmara para conseguir mais recursos para a obra do Complexo da Saúde.
Thatiana Ervite frisou que dois locais no município fazem o acompanhamento da endometriose: a Clínica da Mulher (Centro) e o Hospital Fluminense (Areia Branca). “Essas unidades têm equipes multidisciplinares para oferecer à mulher todo suporte para ela cuidar da endometriose. Estamos juntos com a deputada nesta luta”, comentou a vereadora.
Custo anual por paciente é de 13 mil dólares
Médica do Hospital Fluminense, Fernanda Monnerat revelou que uma em cada dez mulheres têm endometriose. Segundo ela, o custo anual por pacientes gira em torno de 13 mil dólares (R$ 71.760). “Geralmente, as cirurgias são mutiladoras. A mulher passa muita das vezes por até seis médicos para saber se está com a doença. Em alguns casos, naturalizam-se o sofrimento delas. Além disso, a demora de encaminhamento para se consultar com um especialista chega a levar até dois anos. A mulher sofre com dores, mas muitas pessoas ficam dizendo que é frescura. A endometriose é uma doença séria”, finalizou Fernanda Monnerat. “A fisioterapia pélvica ajuda a minimizar as dores e melhora a qualidade de vida da mulher”, completou a fisioterapeuta Cátia Ferreira.
Levou 15 anos para descobrir a doença
A representante do grupo Endometriose Brasil, Nídia Meirelles, contou sua história e recordou que, por causa da doença, tirou parte do intestino e hoje em dia vive à base de dieta. “Fico feliz em saber que a deputada Daniela do Waguinho e a vereadora Thatiana Ervite estão nesta luta contra a endometriose. É um momento histórico, pois levei 15 anos para descobrir que estava com a doença. Nosso cálculo são de cinco mil mulheres com endometriose em Belford Roxo. Porém, creio que é muito mais. A Clínica da Mulher e o Hospital Fluminense atendem com bons profissionais. Em breve teremos o Hospital da Mulher, que facilitará muito o atendimento”, finalizou Nidia Meirelles, que mora no bairro Piam, em Belford Roxo, e deu um diploma de participação do encontro à deputada.
Participaram ainda do evento a secretária Especial de Atenção à Saúde da Mulher, Priscila Musser; o presidente institucional do Grupo Hospitalar Fluminense, Leandro Santoro, a fisioterapeuta Luanna da Silva Santos, e representantes da sociedade civil.
O que é Endometriose?
Endometriose é uma condição na qual o endométrio, mucosa que reveste a parede interna do útero, cresce em outras regiões do corpo. Alguns sintomas da doença são: dores no período menstrual, infertilidade e dores nas relações sexuais, especialmente com penetração profunda.
Essa formação de tecido ectópico normalmente ocorre na região pélvica fora do útero, incluindo os ovários, intestino, no reto, na bexiga, nervos e peritônio (delicada membrana que reveste a pélvis). Entretanto, esse tecido também pode crescer em outras partes do corpo, como o diafragma, a pleura e os pulmões.