Deputado vai responder por lavagem de dinheiro e outros crimes no TJRJ

Pacheco

Márcio Pacheco é acusado de rachadinha na Alerj

O Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) decidiu na última segunda-feira (15) que o vice-presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Márcio Pacheco, vai responder por peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro, na primeira instância do TJ.

O ex-parlamentar foi o primeiro parlamentar denunciado por rachadinha, depois da descoberta de movimentação financeira suspeita na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Márcio Pacheco não terá foro privilegiado neste processo, em razão de ter sido acusado dos crimes quando era deputado estadual.

A suspeita de prática criminosa por parte do atual conselheiro do TCE surgiu em um relatório de inteligência financeira de 2018, do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). A investigação estima que pelo menos R$ 1 milhão tenha sido embolsado por meio do esquema, entre 2016 e 2019.

Movimentações suspeitas
O documento é o mesmo que apontou movimentações financeiras consideradas suspeitas de Fabrício Queiroz, que foi assessor do senador Flávio Bolsonaro na época em que ele foi deputado na Alerj. No ano passado o Órgão Especial do TJ rejeitou a denúncia contra Flávio a pedido do MP “sem prejuízo do reinício das
investigações”.

A denúncia sobre Pacheco foi ajuizada pela Procuradoria-Geral de Justiça em junho de 2020. Segundo a denúncia do MP do Rio, os assessores de Márcio Pacheco chegavam a devolver 97% da remuneração ao chefe do gabinete, apontado como homem de confiança de do então deputado.

Segundo o Ministério Público, o dinheiro do esquema era usado para pagar contas particulares do deputado como: aluguel, financiamento de imóvel, condomínio, seguro de automóvel e até mensalidades escolares.