Deputados denunciam irregularidades e governador Cláudio Castro decide anular a prova objetivo do concurso da PM

militares

Alertado por deputados da base na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), o
governador Cláudio Castro usou as redes sociais, nesta quinta-feira (31/08), para
anunciar o cancelamento da etapa do concurso público da Polícia Militar, realizada
no último domingo (27/08) – a corporação está oferecendo duas mil vagas para
soldado. Na sessão de terça-feira (29/08), parlamentares usaram a tribuna para
denunciar suspeitas de fraude na aplicação das provas, pois alguns candidatos
teriam utilizado celulares, relógios e até filmadoras.

Os deputados queriam o cancelamento de todo concurso, mas segundo Castro
apenas a prova objetiva será anulada. “Isso é o cancelamento do concurso? De
forma alguma. O concurso continuará firme”, disse o governador em vídeo,
acrescentando que anunciará em breve a data de aplicação do novo teste. E
completou:

“Infelizmente nem tudo acontece como nós queríamos. Nós não vamos ficar calados
sobre todas as denúncias que chegaram a nós, que chegaram à Assembleia
Legislativa, que chegaram ao Ministério Público mostrando falhas no sistema da
prova, mostrando falhas, sobretudo, no processo de fiscalização. Não era o que nós
queríamos, mas gostaria de anunciar que eu determinei o cancelamento desta
etapa, ou seja, a prova que aconteceu no último domingo será cancelada”.

O concurso teve 119 mil inscritos e foi organizado pelo Instituto Brasileiro de Apoio e Desenvolvimento Executivo (Ibade). Mas segundo o deputado Giovani Ratinho
(Solidariedade), a empresa responde a 675 processos na Justiça por
irregularidades. Ele disse ainda que o instituto tem origem na Fundação Carlos
Augusto Bitencourt (Funcab) que, com os mesmos executivos, possui outras 1.382
ações.

O mais grave, revelou o parlamentar, é que o Ibade foi contratado pelo Governo do
Estado sem licitação, que ainda teve um custo de R$ 5,7 milhões para que o
concurso fosse realizado sem lisura. Ele oficiou a Secretaria de Estado da Polícia
Militar e solicitou a criação de uma comissão especial na Alerj para acompanhar o
caso. O deputado Felippe Poubel (PL), por sua vez, ingressou com uma
representação no Ministério Público pedindo o cancelamento do concurso.

“Eu faço parte da base aliada do governador Cláudio Castro, ele postou que, nos
pontos estratégicos onde aconteceram fraudes iria ter uma segunda chance, caso a
investigação da Polícia Militar não fosse de forma grandiosa no descobrimento
dessas fraudes. Mas não existe cancelamento parcial para concurso público. No
momento em que se constatou uma irregularidade, o cancelamento tem que ser
total”, alega Ratinho.