DHC prende ex-marido de mulher encontrada carbonizada no Rio

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Raphaela Salsa Ferreira foi abordada na porta de casa depois de chegar do curso/Reprodução

A polícia encontrou o celular Vagner Dias destruído/Reprodução

Peritos da Polícia Civil analisam o carro usado para levar a estudante/Reprodução

Uma equipe da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) cumpriu, na manhã de
nesta terça-feira (31), um mandado de prisão temporária expedida pela Justiça do Rio de Janeiro contra Vagner Dias, ex-marido da estudante Raphaela Salsa Ferreira, de 38 anos. Para a especializada, ele é considerado o principal suspeito de matar
carbonizada a jovem.

À polícia, o suspeito negou o crime, mas os agentes destacaram que há fortes
indícios de que ele tenha matado a ex-mulher e ainda tentou ocultar provas do
crime.

Um dos indícios foi que o celular de Vagner foi encontrado totalmente quebrado em
uma lixeira da casa de Raphaela durante uma das diligências para a coleta de
provas. Ele disse aos agentes que seu filho tinha quebrado o aparelho.

De acordo com o inquérito policial, Vagner não aceitava o fim do casamento de 14
anos. Testemunhas disseram à polícia que a estudante temia que o ex descobrisse
que ela voltou a namorar.

O corpo da estudante foi encontrado queimado em Santa Cruz, na Zona Oeste do
RJ, na noite da última sexta-feira (27). Um caminhoneiro alertou à Polícia Rodoviária Federal (PRF) ter visto o corpo parcialmente queimado na Rio-Santos.

A polícia acredita que o galão de gasolina – usado para carbonizar Raphela – pode
ter sido comprado com a vítima ainda viva. Ela estaria dentro do Fiat Uno que foi
emprestado a Vagner por um amigo. A polícia acredita que a vítima foi queimada
viva.

Carro emprestado
O Fiat Uno onde Raphaela aparece entrando nas imagens de segurança pertence a
um amigo de Vagner. O homem contou à polícia que o suspeito pediu o veículo
emprestado para ir à Taquara na noite de quinta (26), e que devolveu logo no início
da madrugada, sem informar onde esteve.

No entanto, na manhã da sexta-feira Vagner telefonou e pediu que o amigo não
utilizasse o carro para ir ao trabalho. A justificativa seria que Raphaela tinha
desaparecido, e aparecia em imagens de segurança no veículo na companhia dele.
Vagner tem uma anotação criminal por injúria, ameaça, lesão corporal contra
Raphaela, em 2014, na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de
Jacarepaguá, segundo a polícia.

‘X’ em vermelho
Raphaela foi enterrada na tarde desta terça (31), no Cemitério de Irajá, na Zona Norte do Rio. A cerimônia ficou marcada por um protesto silencioso contra o feminicídio por parte de amigos e familiares, que estenderam a mão com um desenho de ‘X’ em vermelho.

A mulher era filha única e deixa quatro filhos, a mais nova com 1 ano e 10 meses.