DPRJ investiga responsabilidade do Google sobre aplicativo ‘Simulador de Escravidão’

Jogo

Defensoria vai apurar a responsabilidade civil do Google Play por
hospedar o jogo

A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro (DPRJ), através das
Coordenações da Promoção da Equidade Racial (Coopera) e da Infância e
Juventude (Coinfância), vai apurar a responsabilidade civil do Google Play, por
hospedar, até a tarde da última quarta-feira (24), o jogo “Simulador de Escravidão”.
Além disso, a DPRJ também solicitará à Polícia Federal instauração de inquérito
policial, para identificar o autor e a procedência de comentários racistas na
plataforma.

“O engajamento midiático da sociedade faz com que casos de racismo sejam
reiterados cotidianamente, afetando a maioria da população brasileira, pois nós,
pessoas negras, somamos 56% desse contingente”, explica a coordenadora da
Coopera, Daniele da Silva.

Desenvolvido pelo estúdio Magnus Games, o jogo mostrava imagens de homens
negros acorrentados, que apareciam na capa trabalhando ao redor de um homem
branco, em roupas elegantes. O jogador era estimulado a obter “lucro” e contratar
guardas para evitar rebeliões. Havia até uma opção para que o usuário explorasse
sexualmente pessoas sob seu poder dentro do mundo virtual.

O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) publicou em sua conta no Twitter que
entrará com representação no Ministério Público por crime de racismo pedindo a
prisão dos responsáveis.

“A própria existência de algo tão bizarro à disposição nas plataformas mostra a
urgência de regulação do ambiente digital”, disse o parlamentar que é relator do PL
das Fake News (PL 2630/220).