Dupla afinada no discurso, mas de olho em ‘negociatas políticas’

Dupla de políticos

Carlinhos BHN e Felipinho Ravis tiveram fraca atuação como vereadores iguaçuanos. Ainda assim, chegaram ao Legislativo estadual

Alcançar a vitória através das urnas parece ser mais fácil que arregaçar as mangas
e trabalhar para corresponder aos milhares de votos recebidos do eleitorado. Essa
afirmativa pode ser aplicada a dois políticos iguaçuanos eleitos em 2022 para a
Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).

Alçados ao status de deputado estadual, Carlos Alberto Ribeiro da Silva, o Carlinhos
BNH, do PP (42,8 mil votos) e Felipe Rangel Garcia, o Felipinho Ravis (SDD), eleito
com 47.105 votos, demonstram estar afinados com o discurso político. Entretanto,
têm demonstrado fraco compromisso com projetos voltados à população. Como
vereadores, pouco trabalharam para merecer a confiança do eleitorado e cumprir as
promessas de campanha. Mas como conseguiram chegar ao Legislativo estadual?
Provavelmente, não foi por méritos próprios, mas ficaram à sombra de políticos com força e popularidade suficientes para garimpar votos até para ‘defuntos’.

‘Raposas’ atrás de cargos
Pelo andar da carruagem, os dois parlamentares estariam colocando projetos
voltados para a população em segundo plano, priorizando interesses próprios. Em
jogo, o comando de órgãos cobiçados por políticos da Alerj dentro dos seus
respectivos redutos eleitorais.

É o caso do Detran.RJ, usado como loteamento de cargos por parlamentares
interesseiros e espertos, como raposas’, em fazer acordos como moeda de troca.
Outro exemplo é a UPA 24h, no bairro Botafogo, em Nova Iguaçu, na Baixada
Fluminense. O comando da unidade de pronto atendimento estaria nas mãos de um
grupo político do qual faria parte Carlinhos BNH.

Dessa forma, a intenção em se dar bem politicamente é mais transparente do que o
compromisso de assumir o papel como representantes do povo. Em 2024, haverá
eleições municipais; e mais uma vez, políticos ardilosos vão usar de estratégia e
influência para apoiar possíveis ‘protegidos’ em troca de acordos políticos que todo
mundo está cansado de saber do que se trata.

Cabe ao eleitor ficar atento para não cair em mais uma lábia de políticos que, após
serem eleitos, se instalam numa zona de conforto onde não há espaço para a
população.