Eleições no estado do RJ terão aparato de 25 mil policiais

Segurança

Haverá reforço reforço na Zona Oeste e Baixada Fluminense, áreas de milícias e tráfico. Não haverá aplicação da “Lei Seca” durante o pleito

A dois dias das eleições municipais no Rio de Janeiro, o planejamento de segurança foi divulgado com a mobilização de mais de 25 mil agentes, incluindo policiais civis, militares, Defesa Civil e o programa Segurança Presente. A operação foca especialmente nas áreas da Baixada Fluminense e Zona Oeste, regiões com forte presença de milícia e tráfico de drogas. Embora o número de efetivo seja inferior ao registrado em 2020 (30 mil homens), as autoridades garantem que a estratégia será eficiente.

Segundo o delegado Felipe Curi, secretário de Polícia Civil, o reforço nessas regiões se baseia em um “histórico de ocorrências eleitorais”. O planejamento prevê a formação de comboios de 15 policiais civis, com delegados coordenando as operações, e prontos para agir com base em informações de inteligência. “Teremos comboios que atuarão especificamente na Baixada Fluminense e Zona Oeste para verificar informações de inteligência”, explicou Curi.

O policiamento nas ruas será majoritariamente feito por 22.667 policiais militares, que estarão em ação já no sábado, visando garantir a entrega das urnas eletrônicas aos locais de votação. Em entrevista anterior, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ), desembargador Henrique Figueira, destacou que não será permitido o bloqueio de vias por parte da polícia no dia da votação.
O coronel Marcelo de Menezes, secretário de Polícia Militar, reforçou que a presença policial será discreta, buscando não impactar o deslocamento dos eleitores.

Eleições sem “Lei Seca”

Ao contrário das eleições passadas, não haverá a aplicação da “Lei Seca”, proibindo o consumo de bebidas alcoólicas. Desde 1996, essa medida não é adotada no estado, e segundo o secretário de Segurança Pública, Victor Santos, não há registros de incidentes relacionados ao consumo de álcool durante o pleito.

As forças armadas também estarão de prontidão, como definido em reunião no Comando Militar do Leste, para atuação em vias expressas e em casos de emergência. O policiamento será distribuído por quase 5 mil locais de votação e também em rodoviárias, vias e terminais de transporte, mantendo a rotina da Operação Verão.

Redes Sociais monitoradas para prevenir boca de urna e compra de votos

A inteligência das forças de segurança está atenta a possíveis mudanças de rotina que possam prejudicar o direito ao voto. Redes sociais estão sendo monitoradas, com o objetivo de prevenir ocorrências como boca de urna e compra de votos. Eventuais denúncias serão encaminhadas à Polícia Federal, responsável pela investigação de crimes políticos.

O secretário de Polícia Militar destacou a inclusão de ocorrências eleitorais no aplicativo “190 RJ”, permitindo que denúncias sejam registradas e investigadas rapidamente. Em relação a crimes contra candidatos, Curi mencionou que, exceto o assassinato do candidato João Fernandes Teixeira Filho em Nova Iguaçu, os demais casos investigados não apresentam motivações políticas claras.