Exército vai investigar armas e registro de CACs do ex-deputado Roberto Jefferson

CAC

Roberto Jefferson conseguiu comprar novas armas e munições, mesmo
sendo réu

O comando da 11ª Região Militar do Exército, em Brasília (DF), instaurou um
Inquérito Policial Militar para investigar como Roberto Jefferson conseguiu comprar novas armas e munições, mesmo sendo réu em processos criminais e já tendo sido condenado no escândalo do mensalão. A investigação também quer saber como ele manteve o registro de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC).

O pedido de abertura da investigação foi feito pela 2ª Procuradoria de Justiça
Militar, em Brasília. Segundo o Ministério Público Militar, há indícios de
irregularidades cometidas dentro do Serviço de Fiscalização de Produtos
Controlados (SFPC) em Brasília.

Proibição
No Brasil, é proibido por lei o acesso a armas por quem está sendo investigado,
virou réu ou foi condenado. Roberto Jefferson se enquadra nas três situações.
Ainda assim, o ex-deputado renovou e transferiu o certificado de registro de CAC do
Rio de Janeiro (1ª Região Militar) para Brasília (11ª Região Militar), além de ter
registrado armas e ter obtido autorização para a compra de uma carabina.

Algumas dessas solicitações teriam sido processadas e deferidas pelo Serviço de
Fiscalização de Produtos Controlados (SFPC) da 11ª Região Militar do Exército, na
capital federal. O MP Militar quer saber como o político, mesmo com vários
processos, conseguiu manter o registro de atirador, obtido em 2005, e ainda
transferi-lo do Rio para Brasília.

O Ministério Público também quer saber como o ex-deputado conseguiu registrar
armas e comprar munições enquanto estava em prisão domiciliar por ordem do
Supremo Tribunal Federal (STF), o que contraria o Estatuto do Desarmamento.