Fabricação e venda de granadas artesanais estão no alvo da Polícia Civil

Granada

Delegado Fabrício Oliveira mostra artefato semelhante ao encontrado na Linha Amarela e que foi apreendido pelo Esquadrão Antibombas/Reprodução

As investigações sobre o esquema são da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme)

A fabricação e venda de granadas artesanais semelhantes a encontrada na Linha
Amarela na manhã desta terça-feira (19) estão na mira da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme). A Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) informou que o Esquadrão Antibombas é acionado até cinco vezes por dia para ocorrências relacionadas a explosivos.

“Os criminosos utilizam, muitas vezes, artefatos explosivos improvisados, que a
gente chama, de modo informal, de uma granada caseira, semelhante a uma
granada de mão”, afirmou o delegado Fabrício Oliveira, da Core.

O Esquadrão Antibombas da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) já
recolheu ou detonou, este ano, cerca de 750 artefatos semelhantes a granada
artesanal encontrada na via expressa. Deste total, 90% são produzidos de forma
improvisada e apenas 10% são industriais.

Segundo Fabrício, estima-se que uma granada improvisada como a encontrada na
Linha Amarela tem cerca de 80 gramas de explosivos e capacidade para atingir
alvos a uma distância de 10 a 15 metros.

“São artefatos que podem matar, podem causar amputações de membros e outros
danos graves às pessoas que estejam perto no momento de uma explosão. É
realmente um instrumento de guerra, de conflito, utilizado por narcotraficantes, por
milicianos contra rivais e contra as forças estaduais de segurança”

Imprevisível
A decisão de explodir o artefato encontrado na Linha Amarela foi tomada justamente pela imprevisibilidade dos efeitos. “Não tem um padrão de confecção, não é um artefato industrializado, que você sabe como vai se comportar. E, por conta deste risco, ele já estava com o mecanismo de acionamento já deflagrado, a equipe isolou o local e conseguiu, rapidamente, destruir o objeto na via”, destacou.

Fabrício Oliveira disse ainda que o uso deste tipo de granada começou a ser visto
com mais frequência pelas autoridades nos últimos 15 anos. Segundo ele, o material
é instável e está sujeito a explosões ao toque ou variação de temperatura.

“A primeira medida que uma pessoa deve fazer ao se deparar com um artefato como
esse é isolar o local, com pelo menos 50 metros de isolamento, e chamar o
Esquadrão Antibombas da Core, pois apenas técnicos conseguem fazer uma
análise, uma avaliação, e tomar medidas adequadas”, afirmou o delegado.