Fuzis e maconha apreendidos na Baixada tinham Rocinha como destino, diz polícia

Apreensão-1

Cerca de 600 kg de maconha foram apreendidas na abordagem/Divulgação / PRF

A polícia descobriu que o carregamento com drogas e armas apreendido por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em um caminhão na quarta-feira (24), na Rodovia Washington Luiz, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, tinha como destino a Favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio.

A comunidade é controlada pelo traficante John Wallace da Silva Viana, o Johny Bravo, ligado à cúpola do Comando Vermelho, maior facção criminosa do Rio. Dentro do veículo, os agentes encontraram cinco fuzis calibre 762, duas pistolas, dez carregadores, 750 quilos de maconha com bandeiras de cinco países, e três quilos de skunk (espécie de maconha mais potente).

O motorista do caminhão foi preso em flagrante e levado com o material para a sede da Superintendência da Polícia Federal (PF), na Praça Mauá, no Centro do Rio. Ele foi autuado por tráfico de drogas e armas. O caminhão, interceptado por cerca de oito policiais na pista sentido Rio da Rodovia Washington Luís, veio de Manaus, capital do Estado do Amazonas, no Norte do País, segundo a polícia.

Adesivada com bandeiras de outros países

A maconha estava em tabletes e era adesivada com bandeiras de outros países, entre eles a Colômbia. Não é a primeira vez que Johny Bravo tem um carregamento de armas interceptado pela polícia. Em outubro de 2023, a Polícia Federal apreendeu 47 fuzis e munição calibre 556, que seriam entregues na Favela da Rocinha, e de lá distribuídos para outras comunidades. O material estava em uma mansão, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. Na ocasião, três pessoas foram presas. De acordo com o site do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) há em nome do traficante cinco mandados de prisão expedidos pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

Traficante vaidoso

Vaidoso ao ponto de receber o apelido de Johny Bravo, personagem de desenho animado de físico avantajado que usa roupas apertadas, John Wallace assumiu o poder na Rocinha, em 2017, após a prisão de Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157.

Estimativa da polícia aponta que o chefão da Rocinha arrecada por mês cerca de R$ 12 milhões com a exploração de negócios irregulares na comunidade, incluindo o tráfico de drogas e a cobrança de pedágio a motoristas do transporte alternativo.

Para comemorar a data do seu aniversário, em agosto último, Johny promoveu uma festa que durou três noites. A celebração, segundo moradores, contou com queima de fogos, postagens nas redes sociais, baile, distribuição de cervejas, e é claro, o tradicional bolo.

Além do tráfico de drogas, Johny Bravo também responde, ao lado de outros 12 chefes do tráfico, por envolvimento na morte de Ana Cristina da Silva, que estava com o filho de 3 anos no colo. Ela foi atingida por balas perdidas, durante confronto entre bandidos rivais no Morro de São Carlos, no dia 26 de agosto de 2020, ao usar o próprio corpo para proteger a criança.