Google trava investigação ao não fornecer informações sobre o caso Marielle, diz MP

Marielle

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) afirmou, em manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal, que o Google estaria impondo “dificuldades” às investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista Anderson Gomes, em 2018.

No documento, obtido pelo site CartaCapital, o MP ainda diz que o Brasil pode virar o “paraíso do crime” caso a Corte não obrigue a empresa a fornecer informações do histórico de pesquisas sobre Marielle e seus compromissos nos dias que antecederam o crime. A peça foi encaminhada ao STF no sábado 13.

Essas informações são consideradas essenciais na tentativa de identificar um mandante do duplo homicídio.

“Se simples metadados não podem ser analisados para se tentar identificar supostos criminosos, realmente, num ambiente digital e tomado por uma tecnologia absoluta, de fato o País caminhará em passos largos para se converter no paraíso do crime”, diz um trecho do documento.

A manifestação foi enviada à presidente do STF, Rosa Weber, relatora do caso. Agora, cabe à ministra decidir quando colocará a ação em julgamento no plenário.
A disputa entre o Google e o MP do Rio se arrasta na Corte desde 2018 e, apesar da autorização do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para a liberação dos dados, a plataforma tem questionado a decisão na Justiça. “As dificuldades impostas pelo Google representam a perda de uma chance de que a investigação pudesse ter um curso célere. Trata-se de uma oportunidade perdida”, acrescenta o Ministério Público.