Helicópteros da polícia são atingidos por tiros em ação para prender traficantes

Operação (2)

Megaoperação conjunta mira em chefes da maior facção do Rio de Janeiro/Divulgação

A operação apreendeu o que seriam amostras de fentanil. A embalagem em que estaria a droga, que é um anestésico 50 vezes mais viciante que a heroína e cem vezes mais forte do que a morfina, foi apreendida em uma casa na Nova Holanda por agentes de segurança/Divulgação

Armamento pesado apreendido na operação/Divulgação

Policiais encontram laboratório de refino de drogas/Divulgação

Secretários da Polícia Civil, José Renato Torres (C) e da PM, Luiz Henrique Marinho Pires (D), acompanham imagens de câmeras corporais e de drones/Rafael Campos/governo do RJ

Dois helicópteros blindados das polícias Civil e Militar foram atingidos por tiros na
manhã de ontem (9) durante megaoperação conjunta das forças de segurança do
RJ para prender os principais chefes do Comando Vermelho (CV), a maior facção do
tráfico de drogas do estado, em resposta à morte dos três médicos na Barra da
Tijuca, na Zona Oeste do Rio, na semana passada.

As duas aeronaves sobrevoavam a Vila Cruzeiro na hora dos disparos e precisaram
voltar ao solo. Nenhum agente se feriu com gravidade.

Moradores da região gravaram imagens que mostram o momento em que a
aeronave já tinha sido alvejada e procurava um local para pousar. No vídeo é
possível ouvir rajadas de tiros contra a aeronave.

“Nossa tripulação é extremamente técnica. Seguindo o protocolo, elas são
obrigadas a pousar para avaliar o dano causado. (Neste momento) estão sendo
avaliadas se voltarão a voar (ou não)”, informou o secretário da Polícia Civil, José
Renato Torres.

Ofensiva
Na ofensiva, mil homens foram mobilizados para tentar prender os principais chefes do Comando Vermelho (CV), a maior facção do tráfico de drogas do estado, em resposta à morte dos 3 médicos na Barra da Tijuca, na semana passada. A
quadrilha também vem travando disputas com milicianos por territórios na Zona
Oeste do Rio.

Os policiais foram cumprir pelo menos 100 mandados de prisão. Entre os alvos
estão Wilton Carlos Rabelho Quintanilha, o Abelha, e Edgar Alves de Andrade, o
Doca. Até a última atualização desta reportagem, 7 pessoas haviam sido presas.
Um laboratório de refino de drogas e artefatos explosivos do tráfico foi localizado no
Parque União, no Complexo da Maré.
O helicóptero da civil foi atingido no tanque de combustíveis e o da PM ficou com
projétil preso no para-brisa, segundo informações do UOL.

‘Droga da morte’ 

A operação apreendeu o que seriam amostras de fentanil. A embalagem em que
estaria a droga, que é um anestésico 50 vezes mais viciante que a heroína e cem
vezes mais forte do que a morfina, foi apreendida em uma casa na Nova Holanda
por agentes de segurança.

Além das drogas, nove prisões (sendo três em flagrante por receptação e as outras
seis por mandados de prisões expedidos) foram feitas. Também já foram
apreendidos 17 veículos, 1 fuzil, além de carregadores, artefatos explosivos,
radiocomunicadores e mais de 29 toneladas de barricadas foram retiradas das ruas.

O Governo do Estado informou que todo material apreendido foi levado para a
Cidade da Polícia e passará por perícia para ter sua veracidade e quantidades
apuradas.

 

Sargento Yuri Luiz Desiderati Ribeiro é lotado no 21º BPM/Reprodução

PM é preso com 10 quilos de drogas

Em meio à megaoperação, o sargento Yuri Luiz Desiderati Ribeiro, lotado no 21º
BPM (São João de Meriti), foi preso em flagrante ontem por agentes da Delegacia
de Repressão a Entorpecentes (DRE). O policial militar foi detido quando
transportava 100 quilos de drogas ao ser abordado na Avenida Brasil, na altura da
Rodovia Washington Luiz.

Segundo informações iniciais, o entorpecente teria vindo da Penha, na Zona Norte
do Rio. A prisão foi feita em meio à megaoperação das polícias Militar e Civil nas
comunidades da Maré, Cidade de Deus e na Vila Cruzeiro. Segundo a Polícia Civil,
Ribeiro já vinha sendo monitorado.

Confundido com miliciano

A Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ) segue a linha de investigação de que o
médico Perseu Ribeiro Almeida teria sido confundido com o miliciano Taillon de
Alcântara Pereira Barbosa, filho do Dalmir Pereira Barbosa, apontado como chefe
da milícia de Rio das Pedras.

O ataque foi próximo a um quiosque na altura do Posto 4, na Barra da Tijuca, no Rio
de Janeiro. As testemunhas viram um grupo sair de um carro e atirar contra os
médicos. Veja o momento da execução. Os profissionais de medicina mortos são
especializados em ortopedia e foram identificados como Perseu Ribeiro de Almeida,
33; Marcos Andrade Corsato, 63; e Diego Ralf Bonfim, 35. Um quarto médico foi
alvejado. Daniel Sonnewend Proença, 33, que está internado no Hospital Municipal
Lourenço Jorge.

Corsato, que faria 63 anos na semana que vem, era diretor do Instituto de Ortopedia
e Traumatologia do Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade
de São Paulo (USP). Ele morreu na hora. (com informações do g1).