Idoso levado a banco no Rio morreu entre 11h30 e 15h, diz laudo do IML

Cadáver

Érika vai responder por tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio a cadáver/Fabiano Rocha/Agência O Globo

Documento do IML aponta que vítima provavelmente foi levado pela ‘sobrinha’ a uma agência bancária em Bangu já sem vida

O laudo de exame de necropsia do Instituto Médico Legal (IML) concluiu que Paulo
Roberto Braga, de 68 anos, morreu entre as 11h30 e 15h da última terça-feira (16)
hora em que o Samu confirmou o óbito. Ele foi levado por Érika de Souza Vieira
Nunes, de 42 anos, para retirar um empréstimo de R$ 17 mil de uma agência
bancária em Bangu, na Zona Oeste do Rio, onde já teria chegado sem vida. A causa
da morte, segundo o documento, foi broncoaspiração do conteúdo estomacal e
falência cardíaca. Ela foi presa em flagrante.

A conclusão do perito que assinou o documento é de que “não há elementos
seguros para afirmar, do ponto de vista técnico e científico, se o Sr. Paulo Roberto
Braga faleceu no trajeto ou interior da agência bancária, ou que foi levado já
cadáver à agência bancária”.

O documento também expõe que Paulo estava “previamente doente, com
necessidades de cuidados especiais”. À polícia, a suspeita se apresentou como
cuidadora do idoso, além de apontar ser prima ou sobrinha de consideração dele.

Defesa diz versão de banco é inverídica

Segundo informações, Érika chegou ao banco com Paulo Roberto numa cadeira de
rodas. Funcionários desconfiaram quando viram que o homem não reagia e
acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

“Os fatos não aconteceram como foram narrados. O Paulo chegou à agência
bancária vivo. Existem testemunhas que no momento oportuno serão ouvidas. Ele
começou a passar mal e depois teve todos esses trâmites. Tudo isso vai ser
esclarecido. Acreditamos na inocência da senhora Érika”, disse a advogada Ana
Carla de Souza Correa, que defende a suspeita.

Suspeita segue presa

Em depoimento, Érika contou que era sobrinha do idoso. A tentativa de aplicar o
golpe foi gravada por funcionários do banco que desde o início desconfiaram da
situação. No vídeo, é possível perceber que Érika segura a cabeça de Paulo
Roberto e diz: “Assina para não me dar mais dor de cabeça, ter que ir no cartório.
Eu não aguento mais”.

Ela segue presa e aguarda e aguarda audiência de custódia. Érika vai responder
por tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio a cadáver.