Integrante do ‘escritório do crime’ no Rio, Mad é condenado a 13 anos

Crime-2

O miliciano Mad foi encontrado só de cuecas por policiais civis e integrantes do Gaeco/Hermes de Paula/Agência O Globo

Apontado como suposto matador profissional, criminoso chegou a ser investigado por assassinar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes

A 1ª Vara Criminal de Organização Criminosa da Comarca do Rio condenou os
irmãos Leonardo Gouvêa da Silva, o Mad, e Leandro Gouvêa da Silva, o Tonhão, na
tarde desta quinta-feira (3), a 13 anos e quatro meses de prisão.

O jornal Extra publicou reportagem segundo a qual o juiz Bruno Rulière aplicou pena máxima aos dois pelo crime de organização criminosa. Os criminosos vão responder aos homicídios, nos quais são réus, em tribunais do júri. Mad ficou no lugar do ex-capitão do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), Adriano Magalhães da Nóbrega, à frente de um grupo de pistoleiros denominado Escritório do Crime, depois da morte do chefe em fevereiro de 2020, numa ação conjunta da Polícia Militar da Bahia e o setor de inteligência da Polícia Civil do RJ, na Bahia.

Surpreendido só de sunga
Em junho de 2020, Mad foi surpreendido em sua casa de dois andares, num
condomínio de classe média na Vila Valqueire, na Zona Norte do Rio, enquanto
dormia.

A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) e o Grupo de Atuação Especializada no
Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio (MPRJ)
encontraram o miliciano de cuecas, ao lado da mulher.

A Operação Tânatos, como foi batizada pelos agentes, ganhou esse nome por
significar a personificação da morte, na mitologia grega. Mad é apontado como o
mais sanguinário do grupo de matadores.

Presídio de segurança máxima Bangu 1
A decisão de Rulière baseou-se na denúncia do MPRJ, em 2020, contra Mad e
Tonhão, além de dois outros integrantes do Escritório do Crime: João Luiz da Silva,
o Gago, e Anderson de Souza Oliveira, Mugão, por organização criminosa. Como
Mugão foi assassinado durante as investigações, sua punibilidade foi extinta. Já Gago, detido em março deste ano, seu caso está em andamento.

Mad e Tonhão se encontram no presídio de segurança máxima Bangu 1. Nos
processos de homicídios, os irmãos serão julgados em tribunais dos júris. A
sentença agora é restrita ao crime de organização criminosa.

A polícia e o MPRJ chegaram à Mad graças às investigações dos assassinatos da
vereadora Marielle Franco (PSOL) e do seu motorista Anderson Gomes, ocorrido em 14 de março de 2018. Mad e o ex-capitão Adriano da Nóbrega foram investigados no caso, ainda em 2018, descobrindo-se, assim, a existência dos matadores de aluguel do “Escritório do Crime” que comandavam. (Com informações do jornal Extra)