Jardim Botânico do Rio mapeia plantas ameaçadas de extinção

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Iniciativa liderada pelo Jardim Botânico do Rio já conseguiu avaliar o
status de conservação de 7.504 plantas no país

Uma iniciativa liderada pelo Jardim Botânico do Rio já conseguiu avaliar o status de
conservação de 7.504 plantas no país, e uma nova ferramenta de consulta de
dados da entidade indica que 3.204 delas (43%) estão sob algum grau de ameaça
de extinção. Ainda falta saber a situação de outras 31 mil espécies vegetais do
Brasil, mas pesquisadores esperam cobrir boa parte dessa lacuna em alguns anos.

Esses números, que são resultado do esforço constante de botânicos para
entender a distribuição e a abundância dos vegetais no país, são agregados pelo
Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFLora). Esse núcleo de pesquisa do
Jardim Botânico publicou na internet o painel ConservaFlora, pelo qual é possível
consultar a situação de cada espécie avaliada.

O cenário que está se desenhando é preocupante, mas é difícil saber se a alta porcentagem de plantas ameaçadas vai melhorar ou piorar à medida que cientistas
avançam no mapeamento. Uma parte substancial dos dados coletados até agora é
exclusiva da Mata Atlântica.

“A gente hoje tem mesmo uma baixa representatividade de outros biomas, e
estamos tentando aumentar a equitatividade. Mas, pelos estudos mundiais, nós
acreditamos que há uma tendência de cerca de 20% da flora de países muito
diversos, como África do Sul e Brasil, estar ameaçada”, afirma Thais Laque,
coordenadora do CNCFLora.

Segundo o centro de pesquisa, quase metade das plantas com situação avaliada
até agora é exclusiva da Mata Atlântica. Esse viés ocorre, em parte, porque muitos
institutos de pesquisa do país estão neste bioma. Como nesse território só restam
12% de florestas bem preservadas, muitos botânicos voltaram sua atenção para
espécies que davam sinais de estar desaparecendo ali por perda de habitat.