Jovens mortos na Linha Amarela são enterrados

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Lata de cerveja foi encontrtada no interior do carro que ficou parcialmente destruído. Os irmãos Guilherme e Juan Carlos morreram na hora. Alex dirigia o veículo. Casal Ítalo Ribeiro e Thaíssa Castro também morreu no acidente/Reprodução

Durante cerimônia em cemitério de Sulacap, sobrevivente conta emocionada que motorista foi alertado para não correr. Mãe se despede dos dois filhos. Carro bateu em mureta na Zona Norte do Rio

Sob forte emoção e dor, os corpos dos cinco jovens mortos em um acidente de carro na saída da Linha Amarela, no Encantado, Zona Norte do Rio, no final da madrugada do último domingo, foram sepultados no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, Zona Oeste, na tarde de ontem. Outras três pessoas sobreviveram. Debntro do veículo que bateu violentamente em uma mureta foram encontradas latas de cerveja.
O primeiro velório foi o da estudante de Educação Física Thaissa Castro, de 21 anos. No final da manhã, o corpo chegou ao cemitério para a cerimônia de despedida. Emocionada, a avó de Thaissa gritava: “Tatá, Tatazinha…. a minha neta me escuta”. Os irmãos Guilherme Moreira, 20, e Juan Carlos, 24, foram enterrados às 16h45. Não houve velório. Quinze minutos depois, também foi enterrado o corpo do motorista Alex Moraes, 20. O último enterro, às 17h40, foi o de Ítalo Ribeiro, 21.
Os sobreviventes Tamires Carneiro, 20, Douglas Silva, 21, e Juliana Oliveira, 25, foram encaminhadas ao Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, também na Zona Norte. E após observação, receberam alta sem ferimentos. Os três estavam sentados no banco de trás do carro.

Sobrevivente faz apelo
Sobrevivente do acidente, Tamires Carneiro revelou que já havia andado de carro com Alex Moraes e os amigos em outra ocasião quando eles também haviam ingerido bebida alcoólica. A jovem revelou que o motorista do carro teria sido alertado por uma funcionária da Lamsa, concessionária que administra a Linha Amarela, para que ele tivesse cuidado ao volante.
A jovem namorava Guilherme. “Quando ela falou isso ele deu uma risada. Eu nunca mais irei beber na minha vida. Eu perdi uma parte de mim nesse acidente. Percam uma noitada de festa, mas não percam suas vidas por causa da bebida”. Tamires disse que o casal fazia planos para se casar. Os dois planejavam passar o natal juntos. “A gente ia se casar. O Guilherme só entrou no carro porque não queria deixar o irmão dele sozinho. Logo depois do acidente eu olhei para ele e não quis acreditar que estava morto”.
A jovem também disse que era a segunda vez que o grupo de jovens saía. Segundo ela, o motorista, Alex, já tinha bebido e dirigido na primeira vez que tinham saído. “Já voltamos de uma festa com ele uma vez, e ele também tava bêbado. Mas dessa vez ele tava com a namorada. Deixou a gente em casa, tudo certinho. Dessa segunda vez, ele tava sozinho”, explicou Tamires.

Mãe faz despedida emocionada dos filhos
Ana Paula Silva Souza, mãe de Guilherme e Juan Carlos, lembrou da paixão dos filhos pelo Vasco da Gama. Ela pediu que a sua declaração chegasse aos jogadores do clube. “Meus filhos são vascaínos desde sempre. Era a paixão da vida dos meus dois filhos. Eu só queria que os jogadores do Vasco, que as pessoas do Vasco, soubessem do tremendo amor. É a única homenagem que eu posso fazer aos meus filhos”, disse
Ela levou para o cemitério as camisas dos filhos e uma bandeira do Vasco. Também disse que o ingresso para o último jogo do time contra a Chapecoense, no Maracanã, foi colocado dentro do caixão como uma homenagem.