Justiça decide pela manutenção da prisão do deputado Daniel Silveira

Deputado Daniel Silveira é levado para o Batalhão Especial Prisional da PM, em Niterói Wilton Júnior/OEstadão

Após audiência de custódia Daniel Silveira é levado para Batalhão Especial Prisional/Wilton Júnior/OEstadão

O deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) seguirá atrás das grades. A audiência de custódia realizada ontem pela Justiça por videoconferência, na tarde de ontem, terminou sem o relaxamento da prisão. A defesa do parlamentar ainda tentou obter um alvará de soltura, mas não foi atendida.

O juiz Aírton Vieira, que integra o gabinete do ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu pela manutenção da prisão. Na decisão do magistrado pesou o fato de a Polícia Federal ter encontrado dois aparelhos de celular na cela em que Silveira estava preso.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) havia sugerido a adoção de medidas cautelares em substituição à privação de liberdade, como o uso de tornozeleira eletrônica, mas o magistrado preferiu esperar por um posicionamento da Câmara dos Deputados sobre a prisão.

Na noite de ontem, Silveira foi levado para o Batalhão Especial Prisional da PM do Rio, em Niterói, na Região Metropolitana. Ele saiu da sede da Polícia Federal acenando para apoiadores que estavam na porta da unidade.

Nas mãos da Câmara
A Câmara dos Deputados marcou para hoje, às 17h, a sessão na qual decidirá se mantém ou derruba a prisão do parlamentar. A decisão foi tomada durante reunião de líderes partidários, e comunicada pela assessoria do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).
Silveira foi preso na noite da última terça-feira depois de divulgar um vídeo no qual faz apologia ao AI-5, instrumento de repressão mais duro da ditadura militar, e ataca os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o que é inconstitucional.

Na última quarta-feira, o STF decidiu por unanimidade manter a decisão de Moraes que determinou a prisão em flagrante e por crime inafiançável.

Aparelhos celulares
A Polícia Federal apreendeu dois aparelhos celulares na sala da superintendência da corporação no Rio de Janeiro onde ficou preso o deputado, antes de ser levado ao Batalhão Especial Prisional da PM. Segundo o portal G1, os telefones foram encontrados durante uma vistoria, por volta de 12h30 de ontem em uma bolsa com roupas pessoais do deputado.

A defesa do deputado disse que não sabe de quem são os celulares e como foram parar lá. “Não sei. Vocês têm que esperar o fim da apuração da PF para poder saber quem foram os responsáveis, como foi feito, aí eu não sei˜, disse o advogado André Rios. Após a descoberta, a Corregedoria da PF abriu uma sindicância para apurar a ocorrência.