Justiça decreta prisão preventiva de assassinos de jovem em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense

Douglas Barbier foi executado com dois tiros na madrugada do dia 3 de abril

Geferson do Uber foi preso no dia 24 de maio/Reprodução

Anderson da Silva e o o tio dele, Renildo Ribeiro de Paiva, o ‘Russo’ (abaixo), estão foragidos/Reprodução

Vítima foi executada depois de envolvimento com ex-namorada de suposto miliciano. Um dos suspeitos já está preso

“A Justiça tarda, mas não falha”. O ditado pode amenizar a dor da família do jovem Douglas de Oliveira Barbier, que tinha 26 anos, quando foi assassinado na madrugada do dia 3 de abril em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

Os três suspeitos de cometerem o crime tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça no dia 23 de maio após serem denunciados pelo Ministério Público do RJ (MPRJ). Geferson Vitória, o Geferson do Uber, de 40 anos, foi preso no dia 24 de maio. A denúncia afirma que foi ele quem atirou no jovem. Anderson da Silva Ribeiro de Paiva, conhecido como Gui, 24, e o tio dele, Renildo Ribeiro de Paiva, Russo, 44, já são considerados foragidos.

Os criminosos, que vão responder por homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima), seriam integrante de uma milicia que atua na região do bairro Cerâmica, onde aconteceu o o homicídio.

Perigosos e violentos

Ao denunciar os criminosos à Justiça, a promotora Elisa Ramos Pittaro Neves enfatiza que “os denunciados agindo de forma livre e consciente, ao desabrigo de quaisquer excludentes de ilicitude ou culpabilidade e com a intenção de matar Douglas, não podem ser absolvidos”.

Afirma ainda na denúncia que “a necessidade de garantia da ordem pública é premente, restando à paz da comunidade severamente perturbada pelos reiterados comportamentos nocivos do ora denunciados, sendo imperativa a obtenção e manutenção da segregação destes do meio social. Os denunciados são pessoas perigosas e violentas, ostentando armamento e utilizando a prática criminosa como meio de
vida”.

Relembre o caso

Douglas Barbier foi executado com dois tiros na esquina das ruas Geni Saraiva com Paraguaçu por três ocupantes de um Honda Civic preto. O crime aconteceu a cerca de 50 metros da 3ª Companhia Destacada de Polícia Militar do 20º BPM (Mesquita).

A motivação estaria ligada ao fato da vítima ter tido um breve relacionamento com Maria Fernanda Sales da Silva, então ex-namorada de Anderson. Após o término, a mulher se reconciliou com o suspeito e nos meses seguintes descobriu que estava grávida. Um parente de Douglas disse que o rapaz chegou a comentar que o filho não era dele.

Mesmo tendo reatado o namoro com Gui, ela continuava mantendo contato com a vítima através do aplicativo de mensagens WhatsApp e das redes sociais, o que teria enfurecido o suposto miliciano e o motivado a planejar o assassinato. Mesmo depois do crime, os suspeitos continuaram circulando pelo bairro com a sensação da certeza de impunidade.

Douglas, que cursava Eletrotécnica e trabalhava em uma empreiteira da Light, concessionária de energia do RJ, deixou uma filha de 6 anos e uma família que luta para superar a dor da tragédia em meio à espera por justiça.