Justiça do Rio manda soltar Jacaré, preso por esquema de corrupção no Sul do RJ

Investigações apontam que Jacaré seria um dos líderes da organização criminosa que atuou na máquina
pública de Itatiaia/Reprodução 

Aliados organizaram correntes de oração pela liberdade do candidato/Reprodução  

Decisão do desembargador Paulo de Tarso Neves, da 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro/Reprodução

Candidato a deputado federal, que foi preso por chefiar organização criminosa em prefeitura do Sul Fluminense, já tem evento de campanha marcado após sair da cadeia

“Não identifico haver idôneo motivo que justifique, na plenitude, o encarceramento do paciente, primário e de bons antecedentes”. A afirmação foi feita pelo desembargador Paulo de Tarso Neves, da 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, em decisão tomada agora há pouco a favor do empresário e candidato a deputado federal Clébio Lopes Pereira, mais conhecido como Jacaré, preso no último dia 15 numa operação feita pelo Ministério Público no âmbito de inquérito aberto para apurar supostas irregularidades na Prefeitura de Itatiaia, com a qual o grupo empresário de Clébio não tem nenhum contrato firmado.

Jacaré já tem um compromisso de campanha pela frente: uma carreata que sairá de Bangu e percorrerá toda a Baixada Fluminense.

No recurso acatado pelo desembargador, a defesa sustenta que Clébio está sendo vítima de um “manifesto constrangimento ilegal” e que a prisão preventiva foi decretada sem os requisitos necessários.

O magistrado da da 5ª Câmara Criminal não impôs nenhuma medida cautelar e Jacaré poderá tocar sua campanha livremente.

“Apenas para se ter uma noção do quão é flagrante a ilegalidade que acomete o ora paciente, a defesa técnica analisou minuciosamente a decisão coatora e certificou que, além de ser genérica e aplicável a qualquer caso, apresentou narrativa que não diz respeito ao caso concreto, suspeitando este subscritor, no mínimo, que se tratou de um ‘recorte e cola’ de alguma outra ação penal em trâmite perante aquele
Juízo”, diz um trecho do recurso julgado nesta quinta-feira  (22).

Preso por esquema de corrupção recebeu orações
Candidato a deputado federal pelo União Brasil-RJ, ‘Jacaré’ foi preso no dia 15 deste mês no âmbito da terceira fase da operação Apanthropia, realizada pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro). Além dele, outras quatro pessoas também foram presas, entre elas o vereador e ex-prefeito interino de Itatiaia, Silvano Rodrigues da Silva, o ‘Vaninho’.
Os denunciados, segundo o MP-RJ, formavam uma organização criminosa com o objetivo de obter vantagens por meio de lesões à administração pública, com a prática dos crimes de estelionato, peculato, concussão, corrupção passiva, corrupção ativa, contratação direta ilegal, fraude em licitação ou contrato, lavagem de dinheiro, dentre outros.

Manifestações de orações
Enquanto Jacaré estava atrás das grades, aliados organizavam correntes de oração por sua liberdade  Em diversos pontos da Baixada Fluminense, mais acentuadamente em Nova Iguaçu, faixas foram estendidas em pontos estratégicos da cidade em protesto ao que chamam de ‘injustiça’.

Entretanto, vale destacar que as ordens de prisão expedidas pela 1ª Vara Criminal Especializada em Crime Organizado do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) foram baseadas em investigações que apontam que o candidato seria um dos líderes da organização criminosa que atuou na máquina
pública de Itatiaia. (com informações de Elizeu Pires/Redação)