Justiça Eleitoral do RJ cassa mandato do deputado Marcelo Crivella

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O ex-prefeito do Rio é acusado de montar esquema para impedir
denúncias sobre a saúde no Rio

A Justiça Eleitoral determinou no último domingo (28) a cassação do mandato do deputado federal Marcelo Crivella (Republicanos) e a aplicação de multa de R$ 433 mil. A decisão é juíza eleitoral Márcia Santos Capanema de Souza, da 23ª Zona Eleitoral do Rio de Janeiro.

O ex-prefeito do Rio é acusado de montar esquema, em 2020, para impedir
reportagens sobre a saúde no Rio. O caso ficou conhecido como “Guardiões do
Crivella”.

A magistrada também determinou que o ex-prefeito fique inelegível nos oito anos
subsequentes à eleição municipal de 2020. A decisão, datada de 8 de maio, é
resultado de ação ajuizada pela coligação “É a vez do povo!” (PT e PCdoB), feita
em 2020. Na ação, o bispo é acusado de “prática de abuso de poder de autoridade
e conduta vedada a agente público em campanhas eleitorais, com base na
Constituição”.

A coligação afirmou que Crivella montou um esquema para “monitorar e impedir a
interlocução de cidadãos com profissionais de imprensa” com o intuito de barrar
informações sobre o sistema de Saúde do Rio em período eleitoral.
Para isso, usou servidores públicos municipais, que ficaram conhecidos como
“Guardiões do Crivella”. A acusação identificou os servidores, em desvio de função,
utilizados pelo ex-prefeito do Rio.

Na sentença, a magistrada disse que a decisão tinha “caráter pedagógico-
preventivo” e também demonstrava o repúdio à “conduta moral e ilegal perpetrada”.

A assessoria do ex-prefeito disse que “não cabe a uma juíza eleitoral de primeira
instância cassar o mandato de um deputado federal”.