Lava Jato: advogados são suspeitos de liderar esquema de fraudes no sistema S e na Fecomércio fluminenses

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Frederick Wassef e Cristiano Zanin estão entre os alvos da operação do MPF, PF e Receita Federal/Reprodução 

Os advogados Cristiano Zanin e Roberto Teixeira, que defendem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por suspeita de liderar esquema de fraudes no sistema S e na Fecomercio fluminenses, foram denunciados ontem pela força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro

No mesmo conjunto de ações, batizado de Operação E$quema S, o advogado Frederick Wassef, que já defendeu o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seu filho Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), também é alvo de busca e apreensão.
O objetivo do MPF (Ministério Público Federal), a PF (Polícia Federal) e a Receita Federal era cumprir 50 mandados de busca e apreensão sobre o esquema. As buscas foram feitas em escritórios de advocacia, endereços pessoais e ainda de
empresas envolvidas nas fraudes, que ocorreram de 2012 a 2018 e desviram pelo menos R$ 151 milhões, segundo as investigações.

Organização criminosa e outros crimes
Ao todo, a força-tarefa denunciou 26 pessoas ligadas a escritórios de advocacia por organização criminosa, estelionato, corrupção (ativa e passiva), peculato, tráfico de influência e exploração de prestígio. Além de Zanin e Teixeira, também estão incluídos na denúncia o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (MDB), que está preso, e a ex-primeira-dama Adriana Ancelmo. Wassef não foi citado na denúncia, mas está entre os alvos de mandados de busca e apreensão.

A investigação apurou que o esquema movimentou cerca de R$ 355 milhões em contratos feitos com a Fecomércio e pagos pelo sistema S, que inclui o Sesc (Serviço Social do Comércio) e o Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem
Comercial), para serviços de advocacia que não teriam sido realizados.

Orlando Santos Diniz denunciou a organização como delação
Segundo a força-tarefa carioca, 50% do seu orçamento anual dessas entidades foi destinado entre 2012 e 2016 a contratos com escritórios de advogados.De acordo com o MP, o esquema era liderado por Orlando Santos Diniz, ex-gestor das entidades e que denunciou o esquema em delação premiada. Ele também foi denunciado.
Segundo a Lava Jato, Diniz foi “persuadido pelos integrantes da organização criminosa no sentido de que novos contratos (e honorários) eram necessários para ter facilidades em processos em curso no Conselho Fiscal do Sesc Nacional, no TCU (Tribunal de Contas da União) e no Judiciário”.

Reportagem: fonte/Internet