Milhares de devotos de São Jorge participam das comemorações ao Santo Guerreiro no Rio

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Fiéis lotaram a missa solene em homenagem a São Jorge na igreja do santo em Quintino/Reprodução

Desde a madrugada deste domingo (23), mais de 1,5 milhão de pessoas católicas e de religiões de matriz africana foram a Igreja Matriz de São Jorge, em Quintino, na Zona Norte do Rio, ao Centro e à Santa Cruz para festejar o Santo Guerreiro, sincretizado em Ogum, no candomblé e na umbanda. Muito querido entre
os cariocas, ele é o homenageado da tradicional festa.

Milhares de devotos vestindo vermelho e segurando rosas e espadas-de-são-jorge circularam no entorno da Matriz de São Jorge, que teve programação desde a madrugada, no alvorecer com iluminação e queima de fogos, e missa de hora em hora até as 16h com a procissão pelo bairro.

Às 10h a celebração foi conduzida pelo arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani Tempesta. “Um dia que o carioca recebe São Jorge como bons cristãos e a população se desloca até as igrejas para buscar a Deus e a São Jorge”, disse o cardeal.

Uma missa solene foi celebrada às 5h e aconteceu de hora em hora. Os fiéis não se intimidaram com o horário e lotaram a igreja e as ruas de Quintino. Além dos fogos, a fachada da igreja ganhou um show de luzes. A paróquia é conhecida como um dos locais de maior concentração de devotos todos os anos. É a maior festa dedicada ao santo na América Latina.

Jorge Ben Jor se apresenta em missa no Centro
No Centro do Rio, a Igreja de São Jorge montou um grande palco na Avenida Presidente Vargas, onde alvorada e as missas de hora em hora foram celebradas.

O cantor Jorge Ben Jor surpreendeu os devotos com sua presença na primeira missa. Devoto do guerreiro, Jorge entoou à capela versos improvisados em homenagem ao santo, seguidos da oração gravada pelo artista na canção “Jorge da Capadócia”.

“Eu como sou devoto, sempre falo que São Jorge é o maior santo do mundo”, declarou.

Marinete Lino leva a família para cumprir promessas e celebrar em Quintino/Beatriz Perez/ Agência O DIA

Samba, cerveja e feijoada
No entorno da igreja, dezenas de pessoas vendiam cerveja, churrasquinho, empadas e feijoada, além de artigos dedicados ao santo. Este ano a Prefeitura legalizou 50 ambulantes e quatro baianas para trabalhar no evento. A igreja também montou barraquinhas na rua para arrecadação. A festa se estende em rodas
de pagode e também de capoeira no entorno da matriz, que fica fechado a veículos.

Marinete Lino, 55, é devota de São Jorge e conta que já alcançou muitas graças com o santo guerreiro: “Cada ano que eu venho, é uma graça que eu alcanço”. Aposentada e moradora de Vila Valqueire ela foi com o neto e as filhas e conta que a tradição de todos os anos é ir à missa e depois curtir o samba. “Vou
pagar minha promessa primeiro, pedir, agradecer o pedido e depois vou curtir o pagode. É a tradição”, conta. (com informações do O Dia)