Milícia de Zinho cobrava taxas de obras da Prefeitura do Rio, mostra planilha

Operação-2

Os presos da operação da Polícia Federal deflagrada para capturar o miliciano Zinho/Reginaldo Pimenta/Agência O Dia

Grupo de Zinho passou a explorar sistematicamente o setor da construção civil. Cinco pessoas foram presas na ação

Denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) que resultou na
deflagração da Operação Dinastia 2, juntamente com a Polícia Federal, nesa terça-feira (19) contra a milícia de Luis Antonio da Silva Braga, o Zinho, aponta que a milícia passou a explorar sistematicamente o setor da construção civil, com taxas para todo tipo de obra. Cinco pessoas já foram presas, de um total de 12 mandados de prisão. Zinho era um dos procurados.

Os promotores destacam que grandes empreiteiras foram obrigadas a pagar todo
mês aos milicianos para cada empreendimento que subiam e até por obras da
Prefeitura do Rio. Nas tabelas, há parcelas de R$ 13 mil. Um subtotal mostra R$ 168
mil em um mês só com essas taxas.

Além dos 5 presos, foram apreendidas 4 armas de fogo (1 fuzil e 3 pistolas) 1
réplica de arma, R$ 3 mil em espécie, celulares, mídias, computadores e
documentos.

Em nota, a Prefeitura do Rio disse ter ciência “dessas intimidações feitas tanto pelo
tráfico quanto pela milícia” e que “sempre orienta as empresas para que
denunciem”.

Material apreendido na 1ª fase
Segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado
(Gaeco/MPRJ), do material apreendido na 1ª fase da Operação Dinastia, em agosto
do ano passado, foi possível detalhar como a milícia cobrava de empresários da
construção civil, sob o risco de paralisar o canteiro.

O Gaeco cita na denúncia a “arrecadação de valores altíssimos” e que uma
“empresa” foi montada para realizar “controles de pagamento, dissimulação das
cifras criminosas e até ‘embargo de obras’ em caso de inadimplemento”.

Zinho já era alvo da 1ª fase da Operação Dinastia, e continua foragido. Os cinco
bandidos presos na operação de ontem: Alessandro Calderaro, o Noque:
responsável pelas extorsões; Delson Xavier de Oliveira, o Delsinho: apontado como
braço armado; Jaaziel de Paula Ferreira, o Papel: braço armado; Renato de Paula
da Silva, o RP: cuidava das extorsões; William Pereira de Souza, o Bolinho: também
fazia extorsões.