Miliciano é condenado a 61 anos de prisão por dois homicídios na Baixada

Milícia

Policiais apreenderam armas, munições e celulares em operação contra milícias na Baixada Fluminense 

Vítima que foi baleada no pescoço se fingiu de morta e contou que “Bombeirinho”, foi responsável pelos assassinatos

A Justiça do Rio condenou um suposto integrante de uma milícia a 61 anos de prisão por duplo homicídio e uma tentativa de homicídio ocorrido em 2016, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

Roquelande Rodrigues da Silva Junior, conhecido “Bombeirinho”, foi apontado como um dos autores do homicídio de dois adolescentes, que foram algemados e arrastados pelo bairro Amapá, antes de serem executados. A terceira vítima, mesmo após ser baleada, se fingiu de morta e conseguiu sobreviver e contar sobre o crime à Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF).

O caso, revelado com exclusividade pelo g1, serviu como um ponto de partida para as investigações que resultaram na operação Fake Fireman, que prendeu nove integrantes de uma milícia na Baixada Fluminense.

Motivo torpe
No tribunal do Júri, a 2ª Promotoria de Justiça junto à 4ª Vara Criminal de Duque de Caxias afirmou que o crime foi cometido por motivo torpe, “já que os autores, como integrantes da milícia, quiseram mostrar liderança e poder na região, sendo que permaneceram com as vítimas algemadas e subjugadas numa das ruas do bairro, em plena luz do dia, e para observação da população local, até serem levadas a local ermo para a execução.”

De acordo com o MP, os executores ainda impediram que as vítimas pudessem se defender.

Dinâmica do crime
Em 28 de março de 2016, na Rua Estrada Piranema Amapá, em Duque de Caxias, um jovem de 17 anos foi encontrado por caminhoneiros vivo, agonizando, com um tiro no pescoço.

Após ele prestar depoimento na Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense, foi iniciado uma investigação sobre atuação de milícias em três cidades da região.
Segundo ele, ao suspeitar de três menores na região do Lote 15, “Bombeirinho” revistou os adolescentes e descobriu uma réplica de pistola na mochila de um deles.

Os jovens disseram que moravam em uma comunidade dominada pelo tráfico de drogas. Foi então que Roquelande disse que os jovens não deveriam estar em área controlada pela milícia e ligou para um comparsa, que chegou com um carro e levaou os três menores, já algemados, junto com Bombeirinho para outro local.

Ainda segundo os relatos, os dois foram para a casa de um homem não identificado, que deu a Bombeirinho e seu comparsa uma pistola para executar os três jovens. Os dois corpos foram encontrados em um matagal no bairro Amapá.