Milicianos mortos executaram jovens rendidos na Baixada Fluminense

Delsinho, apontado como número 2 da milícia, e Renato Alves de Santana, o Fofo, morreram no confronto/Reprodução/TV Globo

Matheus Costa, Douglas de Paula, Adriel Andrade e Jhonatan Alef foram sequestrados a caminho de um shopping/Reprodução

Polícia Civil diz que Delsinho, irmão de Danilo Dias Lima, o Tandera, e Renato Alves de Santana, o Fofo,
executaram as vítimas

Dois dos quatro milicianos mortos no último sábado (20) durante operação realizada por agentes da Draco e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e da Delegacia de Serviços Delegados (DDSD), são apontados pela Polícia Civil como responsáveis pelo assassinato de quatro homens que foram sequestrados no dia 12 de agosto, quando estavam em um carro de aplicativo em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

Os criminosos seriam integrantes da quadrilha de Danilo Dias Lima, o Tandera. Delso Lima Neto, conhecido como Delsinho, apontado pela polícia como número 2 da milícia, que atua em Nova Iguaçu e Seropédica, também na Baixada; e Renato Alves de Santana, o Fofo, executaram as vítimas.

De acordo com investigações da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), Matheus Costa da Silva, de 21 anos; Douglas de Paula Pamplona, 22; Adriel Andrade Bastos, 24, e Jhonatan Alef Gomes, 28, passavam pelo bairro Valverde quando o veículo foi cercado por homens, fortemente armados e encapuzados. O motorista do veículo já foi ouvido e disse que os quatro foram levados e amarrados.

Linhas de investigação 
A especializada trabalha com algumas linhas de investigação para a motivação do crime. Uma delas é que o grupo estaria usando e vendendo drogas na área de atuação dos milicianos. Outra possibilidade investigada é que um deles teria feito uma compra de um parente do Delsinho, mas o pagamento foi
efetuado com um cartão clonado.

Armas apreendidas em ação que terminou com a morte de irmão do miliciano Tandera/Divulgação/Polícia Civil

A operação no sábado
Os quatro bandidos morreram durante troca de tiros com os agentes em um sítio no bairro Riachão, em Nova Iguaçu. A Draco já investigava a milícia de Tandera há oito meses, e chegou neste sábado (20) ao sítio que era utilizado pelos milicianos da organização criminosa, bem próximo ao rio Guandu.

A polícia investiga se os jovens foram executados e jogados no Rio Guandu. Na última sexta-feira (19), os agentes da DHBF foram até o local com mergulhadores do corpo de Bombeiros. “Eles estavam em um sítio próximo ao Rio Guandu que teria sido utilizado para executar os quatro jovens que entraram no
carro de aplicativo”, diz o delegado André Leiras, que coordenou as investigações da Draco. “É um importante golpe no grupo paramilitar”.

A Polícia apreendeu fuzis, granadas e roupas militares. Informações sobre o desaparecimento dos quatro jovens serão encaminhadas à DHBF.