Ministro vai enviar ao CNJ delação que pode implicar Marcelo Bretas

O ministro Gilmar Mendes e o juiz Marcelo Bretas (d), que está mira do CNJ/Reprodução

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, vai encaminhar à corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) material que consta na delação de José Antônio Fichtner, irmão do ex-secretário do governo do Rio de Janeiro, Régis Fichtner, homem-forte do ex-governador Sérgio Cabral, que está preso.

A delação mostra detalhes de uma suposta parceria ilegal entre o juiz e o advogado Nythalmar Dias Ferreira Filho, responsável pela defesa de pessoas na Lava Jato do Rio de Janeiro. A expectativa é que o ministro Luís Felipe Salomão, novo corregedor, dê continuidade às apurações sobre o processo que corre no CNJ contra Bretas, de acordo com informações da coluna de Guilherme Amado, no Metrópoles.
As diferenças entre Gilmar Mendes e Marcelo Bretas são antigas. Em abril de 2021, o ministro do STF criticou a mídia, a quem classificou como “corrupta” durante a Operação Lava Jato. Além disso, chamou Bretas, responsável pela operação no Rio, de “juiz musculoso”.

‘Juiz musculoso’
Mendes fez referência ao fato de Bretas ser assíduo frequentador de academias nas horas vagas. O juiz,
constantemente, usa as redes sociais para postar fotos ostentando os músculos.

O ministro se referiu à falta de cultura de alguns magistrados, atualmente. “Minha geração tinha orgulho de carregar livros. Hoje, aparece juiz forte, de tatuagem, coisa estranha. Nós éramos fraquinhos, mas líamos muito. Fazíamos halterofilismo com livros. Agora, nós temos esses personagens todos singulares”.

Em dezembro de 2020, Gilmar Mendes havia encaminhou ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pedido para investigar a conduta de Bretas. A alegação era que o juiz não enviou à Justiça Eleitoral de Goiás duas ações contra o então secretário de Transporte de São Paulo, Alexandre Baldy.