MP denuncia deputado Renato Machado devido a enriquecimento ilícito em Maricá

Denúncia

Renato Machado também é investigado pela Polícia Civil/Reprodução

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou o deputado estadual
Renato Machado (PT) por enriquecimento ilícito durante o tempo em que esteve
como presidente da Empresa Pública de Obras de Marica, na região dos Lagos do
Estado.

O parlamentar também é investigado pela Polícia Civil. Ele foi indiciado por
organização criminosa, desvio de dinheiro público, recebimento de vantagem
indevida e lavagem de dinheiro.

De acordo com as investigações, Renato comprava terrenos em bairros
desvalorizados de Maricá e depois usava os serviços do município para promover
melhorias na região. Em seguida, ele vendia os terrenos por um preço bem acima
do que tinha comprado.

Os promotores do MP também indicaram que a Prefeitura de Maricá comprava
terrenos de pessoas ligadas a ele com sobrepreço.

O Ministério Público concluiu que o enriquecimento de Renato Machado, que
também atua como pastor evangélico e fez carreira política em Maricá, é
“indisfarçável” e que o patrimônio dele cresceu “de maneira avassaladora”.

De zero para R$ 1 milhão

Os promotores apontam que a organização criminosa subtraiu recursos do
município para o patrimônio particular dos envolvidos. A denúncia afirma que
Renato era o destinatário final do dinheiro. Os relatórios mostram que o patrimônio
dele saiu de zero, em 2014, para mais de R$ 1 milhão em 2021.

Um terreno no bairro Bambuí, onde hoje funciona um Centro Esportivo de Maricá,
virou alvo das investigações. O dono do terreno era um primo de Renato.

O MP afirma que o político recebeu dinheiro para facilitar a negociação de venda
para a prefeitura. A denúncia afirma que Renato agiu de maneira consciente para
que o primo, Reginaldo Machado dos Santos, enriquecesse ilicitamente, com
recursos do município.

O terreno registrado com o valor de R$ 500 mil, foi vendido ao município por R$
1.136 milhão. Uma valorização de 227% em dois meses. O próprio Renato assinou
a desapropriação do imóvel.

Com a quebra do sigilo bancário durante a investigação, foi possível descobrir que,
depois de receber o pagamento pelo terreno, Reginaldo, o primo de Renato, sacou
R$ 150 mil. O MP acredita que esse valor foi parar nas mãos de Renato.

A investigação analisou todo o passado de Renato Machado e descobriu que a
evolução financeira meteórica começou logo depois dele ingressar na vida pública.
Os ganhos patrimoniais chamaram atenção do Conselho de Controle de Atividades
Financeiras (Coaf). Foram pelo menos 5 operações suspeitas em que foi emitido
alerta.