Mulher morre baleada durante operação no Complexo da Maré com dois suspeitos mortos e outros 13 presos
Vítima ia de moto levar uma amiga na Vila do João quando foi atingida nas costas. Secretário de Segurança acusa bandidos de atirar em inocentes
Alessa Brasil Vitorino, de 30 anos, morreu baleada na manhã desta segunda-feira (9) na Vila do João, que fica no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, onde havia uma operação policial contra o roubo de cargas e veículos. Além dela, dois suspeitos morreram e 13 homens foram presos.
A vítima estava indo de moto levar uma amiga na região quando foi atingida por um tiro nas costas. Alessa trabalhava como contadora em uma empresa e a amiga também teria sido atingida, na perna. Ela não era da comunidade e a família acredita que não sabia que estava tendo operação. Uma foto mostra que ela foi socorrida por dois homens em uma moto.
A informação foi confirmada pelo secretário de Segurança, Victor Santos, em uma coletiva sobre a ação da polícia. Segundo ele, a outra mulher foi socorrida e sobreviveu.
“Ela foi atingida em comunidades dominadas pelo TCP, ou seja, é o mesmo modus operandi da facção que pratica atos de terrorismo contra a população. A investigação da Delegacia de Homicídios vai seguir, e aquele outro evento tudo leva a crer que foi para atirar contra a população e desviar a atenção da polícia. É a nossa principal linha de investigação, mas nenhuma hipótese está descartada”, disse o secretário.
“Eles acabam atirando pessoas inocentes para botar a culpa na polícia”, afirmou Victor Santos.
Uma foto mostra o momento em que Alessa foi socorrida na comunidade, ainda durante a manhã desta segunda-feira.
Tática dos criminosos
O secretário de Polícia Civil Felipe Curi disse que a hipótese inicial da investigação é de que traficantes do Terceiro Comando Puro atiraram contra a população. A tática dos criminosos já tinha sido vista no Complexo de Israel, também dominado pela facção.
“É o mesmo modus operandi da facção que pratica atos de terrorismo contra a população. A investigação da Delegacia de Homicídios vai seguir, e aquele outro evento tudo leva a crer que foi para atirar contra a população e desviar a atenção da polícia. É a nossa principal linha de investigação, mas nenhuma hipótese está descartada”, afirma Curi.
A Operação Torniquete tinha como alvos traficantes do Comando Vermelho (CV), entre eles, Rodrigo da Silva Caetano, conhecido como Motoboy, e Jorge Luís Moura Barbosa, o Alvarenga. Os dois são responsáveis, entre outros crimes, “por arquitetar e gerenciar quadrilha de roubos de veículos e de cargas para financiar a ‘caixinha’ da referida organização criminosa, o que viabiliza a compra de armamento, munição e o pagamento de uma ‘mesada’ aos parentes de presos faccionados, bem como das lideranças da facção”, explicou a nota da Polícia Civil.
Um dos presos é o traficante Luiz Mário dos Santos Júnior, o Mário Macaco, do CV. Ele foi capturado em casa, com munição e granada.
Mais de 250 presos desde setembro
Desde setembro, já são mais de 250 presos, além de veículos e cargas recuperados, na Operação Torniquete.
Na terça-feira da semana passada (3), uma megaoperação na Penha, na Zona Norte, deixou 6 feridos, 1 morto e 13 presos. A Polícia Civil cumpriu mandados de prisão em outra fase da Operação Torniquete. Chefes da facção eram procurados — entre eles, o traficante Edgar Alves de Andrade, o Doca. Os policiais também tentavam prender criminosos foragidos do Pará e do Ceará escondidos na Penha.
Além dos feridos, um bandido, ainda não identificado e com passagens por roubo de carga, foi morto durante confronto com policiais do batalhão de Olaria. Doca, também conhecido como Urso, de 54 anos, seguia foragido até a última atualização desta reportagem. (com informações do g1)