O histórico de confusão de ex-vereador de Meriti entre a política e a violência

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A trajetória pública do ex-vereador de São João de Meriti, Anderson Miranda, o ‘Dinho da Farmácia’, é marcada por uma sequência de episódios conturbados que contrastam com o esperado de um representante do povo. Descrito por observadores locais como uma figura de temperamento explosivo, Dinho acumula registros que vão de danos ao patrimônio público a acusações de tentativas de agressão física grave.
O incidente mais recente e alarmante ocorreu em junho deste ano. Segundo relatos e investigações, uma discussão banal escalou para um ato de violência extrema. A vítima, Emerson Carvalho, afirma que foi perseguida pelo ex-vereador até as proximidades de uma academia. Ao tentar atravessar a rua, ele teria sido atingido propositalmente pelo veículo conduzido por Dinho.

Video voltou a circular

Com o ressurgimento das imagens do atropelamento nas redes sociais, o caso envolvendo o ex-vereador voltou a gerar indignação popular em São João de Meriti. O vídeo, que circula amplamente em grupos de mensagens, reacendeu o debate sobre impunidade e a gravidade da conduta do político.
Diante da repercussão, a população cobra transparência e exige respostas claras das autoridades policiais sobre o andamento das investigações. O clamor público agora se concentra em saber quais providências efetivas foram tomadas pela 64ª DP para garantir que o episódio não termine sem a devida responsabilização.

Outro episódio nebuloso

A vida de Dinho da Farmácia é cercada por episódios nebulosos. Em fevereiro de 2025, uma pizzaria vinculada ao seu nome foi cenário de um suposto ataque a tiros. Na ocasião, as informações eram conflitantes: enquanto alguns relatos apontavam para um atentado direto contra o político, o próprio Dinho veio a público desmentir partes da narrativa, embora o clima de insegurança em torno de sua figura tenha se intensificado após o ocorrido.

Invasão e dano ao patrimônio público

A postura do ex-parlamentar já havia causado escândalo em 2020, durante o auge da crise sanitária. Ignorando os protocolos de saúde e o uso obrigatório de máscara, Dinho invadiu o plenário da Câmara Municipal para interromper uma sessão virtual.
O ato não foi apenas verbal; de acordo com o então presidente da Casa, Miltinho, Dinho agiu com truculência, desferindo golpes contra o mobiliário público e quebrando o púlpito da Câmara. O caso resultou em um registro de ocorrência por dano ao patrimônio público, evidenciando uma dificuldade recorrente em respeitar as normas institucionais.
A conduta de figuras públicas como Dinho da Farmácia levanta um debate essencial sobre a ética na política. Quando um representante eleito, ou mesmo um ex-parlamentar, utiliza a violência física, a intimidação ou o dano ao bem comum para resolver conflitos pessoais ou políticos, ocorre uma quebra fundamental no Contrato Social.
Políticos são referências sociais. A naturalização do comportamento “brigão” contribui para o aumento da violência urbana e para a degradação do debate democrático.
Sempre é bom lembrar que atos de vandalismo dentro de casas legislativas ferem o decoro parlamentar e transformam o espaço de criação de leis em um cenário de desordem.
O monitoramento rigoroso por parte da Polícia Civil e do Ministério Público é crucial para garantir que a função política não sirva de escudo para a impunidade.