Operação apreende carga de drogas, deixa seis morto e quatro baleados

Policiais militares e civis realizaram incursão em 13 comunidades do Rio. Na Maré, foram apreendidas três toneladas de maconha

Renan Souza de Lemos trabalhava com entregas e como motorista de aplicativo/Reprodução 

Familiares de Renan Souza ao lado do corpo do jovem no Complexo da Maré/Reginaldo Pimenta / Agência O Dia

Familiares de Renan Souza ao lado do corpo do jovem no Complexo da Maré/Reginaldo Pimenta / Agência O Dia

Policiais adotam posição estratégica no Complexo da Maré, onde os moradores fizeram protesto contra a morte de Renan de Souza (abaixo)/Reginaldo Pimenta / Agência O Dia

A operação integrada das polícias Civil e Militar realizada na manhã desta sexta-feira (25) em 13 comunidades do Rio de Janeiro apreendeu três toneladas de maconha com a ajuda de cães farejadores, além de um fuzil, uma pistola, um revólver, duas granadas e oito carros roubados na favela da Nova Holanda, no Complexo da
Maré. Já a Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM) recuperou diversas caixas contendo equipamentos eletrônicos falsificados, como fones de ouvido e caixas de som.

A ação deixou um morador morto e quatro pessoas baleadas, entre elas um PM. Três dos feridos foram encaminhados para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro. O policial militar foi levado para o Hospital Federal de Bonsucesso. O objetivo dos agentes era “coibir movimentações criminosas
relacionadas a roubo de carga e roubo de veículos”. A operação teve início às 4h.

Motorista de aplicativo
A família do jovem que morreu baleado durante a operação no Complexo da Maré, disse que Renan Souza de Lemos, de 24 anos, era motorista de aplicativo e deixa uma filha de 6 anos e uma bebê de 7 meses.

“Ele era muito guerreiro, trabalhador. Se ele tivesse envolvimento eu ia dizer para vocês ‘esse cara era envolvido, ele é chefe não sei de que’ porque eu não tenho afinidade com essas coisas lá dentro. Ele trabalhava fazendo as entregas na empresa da mãe, eles trabalhavam juntos. Quando quando não tinha entregada, ele rodava como Uber”, afirma o motorista Rivaldo Coelho, pai do jovem. “Ele foi vítima de uma covardia e do poder público despreparado”, desabafou.
A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investiga a morte de Renan.

Blindado e policiais ocupam o Morro do Juramento/Reprodução

Outros cinco mortos na ação
Além de Rena, outras cinco pessoas foram mortas em um confronto envolvendo policiais militares e traficantes no Morro do Juramento, em Vicente de Carvalho, também na Zona Norte. A PM informou que
policiais do 41º BPM (Irajá) foram para o Juramento a fim de “reprimir o tráfico de drogas e as ações de criminosos no entorno da comunidade”.

“Durante patrulhamento pela localidade do Largo do Arão, uma equipe foi atacada por um grupo de criminosos armados. Houve confronto, e, após o fim dos disparos, os policiais encontraram o corpo de um dos suspeitos de ter participado da troca de tiros”, afirmou a corporação. Com ele, os agentes
apreenderam um fuzil calibre 5.56.

A PM disse que um homem segue internado sob custódia no Hospital Getúlio Vargas, na Penha, na Zona Norte do Rio. Nesse confronto, um policial militar foi ferido por um tiro em uma das mãos. Ele está fora de
perigo. Na ação, os policiais apreenderam dois fuzis, quatro pistolas, uma granada e uma quantidade de drogas ainda não contabilizada. A ocorrência foi encaminhada para a 27 ª DP (Vicente de Carvalho).

Confronto no Morro do Estado, em Niterói
No Morro do Estado, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, outro confronto entre policiais e bandidos deixou três mortos e dois feridos na madrugada (25). Agentes do 12º BPM (Niterói) faziam patrulhamento quando foram informados sobre disparos de armas de fogo na comunidade. Os agentes foram até a região e encontraram indivíduos armados. Houve um tiroteio, e cinco suspeitos foram encontrados.

Três deles estavam mortos e dois foram levados para o hospital Azevedo Lima. Com os suspeitos, foram apreendidos um fuzil, três pistolas, drogas e um rádio comunicador. A Delegacia de Homicídios de Niterói,
São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI) investiga o caso.